Professores inovam para melhorar a experiência das aulas
De pequenas mudanças a estruturas mais complexas, professores da PUCPR se adaptam para oferecer aulas interativas mesmo no ambiente remoto
Em projetos de inovação, o “pulo do gato” é o acompanhamento, com melhoria contínua, adequando e melhorando a solução a cada insight. Essa prática, porém, não se restringe apenas a projetos de inovação, nem a grandes iniciativas. E disso os professores da PUCPR entendem bem. Em busca de melhorar cada vez mais a qualidade das aulas no modelo remoto – adotado desde março para permitir a continuidade dos estudos de maneira segura -, os professores têm encontrado novas formas de passar os conteúdos, sempre contando com o feedback precioso dos universitários.
A professora Rafaela Otemaier leciona as disciplinas de Pensamento Matemático na Computação e Resolução de Problemas com Lógica Matemática para os cursos de Engenharia de Software e Sistemas de Informação, e sentiu que precisava aumentar o contato com os estudantes durante as aulas. “Matemática é uma matéria em que as pessoas têm mais dificuldade, mesmo na área de exatas”, explica a professora. Com base na experiência do semestre anterior e a opinião dos universitários, ela transformou duas mesas de vidro que tinha em casa em lousas para demonstrar os cálculos e exercícios em tempo real. Com a ajuda de um computador e um celular, ela consegue que os estudantes vejam os cálculos feitos no “quadro”, o rosto dela e, ainda, acompanhar o que eles comentam no chat.
E o modelo deu certo: “eles falam que preferem que eu escreva durante a aula. Além disso, posso explicar tudo de novo, imediatamente, se eles não entendem e consigo medir melhor a participação nas aulas”, observa a professora. Rafaela comenta que o uso de ferramentas mais manuais foi uma escolha para melhorar a experiência dos estudantes com as disciplinas. “Escolhi essa dinâmica para trazer mais proximidade. Eu tenho ferramentas tecnológicas e poderia usá-las, mas percebo que assim eles entendem mais facilmente e é melhor para todos nós”.
Laboratório em casa
Já o desafio do professor Ricardo Diogo era um pouco diferente: os testes de equipamentos e a parte “mão na massa” das disciplinas de Sistemas Industriais e Controladores Programáveis para Automação, das Engenharias de Produção, Mecânica e de Controle e Automação, eram muito importantes para a aprendizagem.
A solução foi montar uma miniestrutura em casa. Com o suporte da Escola Politécnica, ele levou alguns computadores, controladores e equipamentos dos laboratórios para casa e montou um sistema para permitir que os estudantes façam os testes à distância. Cada equipe recebe acesso remoto a um computador com os softwares necessários, o professor monta uma sala online e, assim, eles conseguem verificar se a atividade está certa e se os equipamentos funcionam como deveriam.
“Montei uma interface que chamamos de IHM (homem-máquina), muito usada na indústria. Ela reproduz na tela a estrutura física, como uma planta em 2D e, quando os estudantes clicam nos botões do sistema, é enviado um comando para o equipamento, que funciona se estiver tudo certo”, explica Ricardo. Dessa forma, e os estudantes podem fazer os testes e verificar se resolveram a atividade corretamente, sem a necessidade de estar nos laboratórios da PUCPR. Além de uma mudança na forma de lecionar, é uma dinâmica diferente também para os universitários, que têm contato com outra forma de fazer a atividade. “Em condições normais, eles apertariam botões físicos”, observa o professor.