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Destaque - 23 jun 2022

Estudante de Nutrição da PUCPR supera internamento por causa da COVID-19 e superbactérias

Apoio dos professores do curso fizeram Stephany Felinto continuar seus estudos durante este período

A paixão pelo curso de Nutrição foi um dos incentivos para a estudante Stephany Felinto reagir aos tratamentos depois de ficar 91 dias internada e 73 entubada por conta da COVID-19. Durante o tempo que ficou internada, ela pegou duas superbactérias que não cederam ao tratamento com antibióticos. 

Ela conta que apesar de não conseguir se mover, falar ou comer, era muito grata por estar viva e por ter sido curada por meio de um tratamento que teve bastante êxito. Apesar de toda a dor, ela desejava retomar sua vida. “Tive duas paradas cardíacas, 95% do pulmão tomado, cãibra pulmonar, bactérias e tantas outras coisas. Foi um milagre eu acordar e sobreviver a tudo isso. Quando não estava muito animada, recebia cartas, áudios e vídeos de amigos, familiares e docentes. O que me deixava ainda mais disposta a melhorar logo”. 

A professora do curso de Nutrição da PUCPR, Flavia Auler, sempre observou a paixão da Stephany pelos estudos e sua dedicação durante as aulas remotas. Durante o primeiro ano de COVID-19, teve muita preocupação com sua saúde, mas também com a formação.

Quando retornaram as aulas de forma mais presencial, a estudante avisou que precisaria ficar internada por causa da COVID-19, mas que logo voltaria para as aulas e recuperaria o conteúdo. 

No momento em que a estudante foi internada, seu pai (Marcio), repassava informações para a professora Flavia sobre a evolução do quadro. Em um desses áudios ele relatou que antes de ser entubada, Stephany queria saber o que era necessário para ela recuperar os conteúdos.

“Nesse dia pensei comigo ‘Esta menina é especial, que tipo de estudante teria esta preocupação minutos antes de ser entubada?’ Somente ela seria capaz de tamanha preocupação com sua formação. Algumas vezes os áudios não chegavam mais para mim, foi um dos momentos mais críticos, mas nunca duvidei de sua recuperação”. 

Por já ter transcorrido mais da metade do semestre, a professora sugeriu que trancassem o curso, mas o pai da estudante disse que ela não gostaria que isto acontecesse.  “No entanto, em novembro a família decidiu trancar a graduação, mas para a nossa alegria, alguns dias depois a Stephany estava reagindo ao tratamento. Em todos os dias que a Stephany ficou internada, rezei para que fosse feito um milagre na vida da família. Da mesma forma, todas as nossas professoras se juntaram em uma corrente de oração”, conta a docente. 

Stephany pediu para a sala salvar todos os conteúdos vistos em aula, para que pudesse acompanhar depois. No momento em que acordou, quis seu notebook para retomar os estudos porque não queria perder tempo.

“Eu mal sabia que estava a dois meses e meio no hospital. Na saída, minha maior meta era me recuperar logo e voltar correndo para a faculdade. Essa força de vontade me fez melhorar muito rápido porque era para eu começar a andar com três meses. Porém, em um mês pós-alta consegui meus primeiros passos. A PUCPR sempre esteve presente”, conta a estudante. 

Depois de 91 dias na UTI, Stephany teve alta hospitalar. Na data da saída ela teve muito medo de voltar a vida normal, pois não sabia o que poderia acontecer. “Para mim, foi o dia mais lindo. Na porta do hospital estavam meus familiares, amigos e professores da PUCPR, festejando minha saída e vitória. Todos me deram tanta força que deixei o medo de lado e estava pronta para encarar tudo de novo”. 

Em casa, ela ficou assustada porque não conseguia realizar suas atividades rotineiras. No entanto, já estava em processo de reabilitação, que foi muito doloroso e cansativo. De todos os momentos, a estudante teve apenas uma preocupação, que também se transformou em meta: voltar ao ritmo de estudos e ir presencialmente para a faculdade.  

A professora Flavia conversou com a estudante quando ela já estava em casa. Relembraram alguns momentos da graduação e planejaram seu retorno às aulas. 

Durante os dois anos de curso na PUCPR, os professores conseguiram refletir em Stephany o amor pela profissão de nutricionista. “Minha paixão por ela não foi apagada em nenhum momento. Nos três meses que fiquei afastada, os meus colegas de turma, professores e a coordenadora do curso de Nutrição, Flavia Auler, se tornaram parte da minha família”, detalha.  

A estudante também conta que seus pais foram acolhidos pelo curso durante o tempo que passou sedada no hospital. Quando acordou, recebeu muitas mensagens de carinho e depois que teve alta, continuaram se preocupando com a sua recuperação. “São os meus maiores incentivadores para a volta no segundo semestre, mais do que nunca, me senti parte da PUCPR”, pontua. 

Para a docente, Stephany é uma ótima estudante e muito ciente de sua capacidade. “Tenho certeza que será uma excelente nutricionista e terei muita honra em entregar o seu diploma em fevereiro de 2025”, finaliza. 

Por razões médicas, a estudante retomará o 4º período do curso de Nutrição em março de 2023.