Estudantes e docentes da PUCPR foram para o município de Anguera, na Bahia, por um período de duas semanas, para realizar o Projeto Rondon, ação do Governo Federal, destinada a contribuir com o desenvolvimento da cidadania nos estudantes universitários, empregando soluções sustentáveis em comunidades menos assistidas.

A Operação Portal do Sertão teve a participação de estudantes da Universidade de Passo Fundo (Conjunto A, 10 rondonistas), responsável pelas atividades nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos e da PUCPR (Conjunto B, 10 rondonistas), responsável pelas atividades nas áreas de Meio Ambiente, Comunicação, Trabalho, Tecnologia e Produção.

No total, 21 pessoas ficam em uma escola e recebem alimentação, transporte e apoio da Prefeitura para a realização das atividades propostas. A equipe também recebeu um treinamento de sobrevivência na Caatinga e uma ambientação sobre a região. Isso foi realizado por um militar de ligação, geralmente um sargento do exército, que é denominado “anjo”.

A equipe da Pontifícia foi composta pelo professor Jefferson Cunha, do Núcleo Comum da Escola Politécnica; professora Keliani Bordin, do curso de Engenharia Química. Estudantes: Kenny R.T. Teixeira, de Engenharia Química; Letícia R. Michalinchen, de Pedagogia; Talita A. dos Santos, de Ciências Sociais; Mariana H.G. Santos, de Biotecnologia; Vitória de Lucena, de Enfermagem; Nicole Rosset, de História; Bianca C. Carneiro, de Engenharia Civil e Renan Bertolini, de Engenharia Ambiental.

Essa é a terceira operação da professora Keliani, a primeira foi como estudante, em 2009. “Na primeira oportunidade que tive de participar do Projeto Rondon minha vida foi transformada. Pude perceber que a abrangência, as diferenças e a diversidade do nosso país iam muito além daquilo que eu via pelos meios de comunicação. Percebi que cada cidadão desempenha um papel importante, e as mudanças que muitas vezes sonhamos para nossa sociedade, dependem de nós assumirmos nossa responsabilidade. Ouvi histórias de pessoas que já sofreram muito, mas mesmo com todos os percalços, são gratas pelo que têm e buscam aproveitar o melhor da vida, compartilhando sorrisos e muita alegria. Minha experiência foi tão enriquecedora e transformadora na minha vida que eu quis continuar propagando, agora como educadora.”

A docente acredita que a missão como educadores vai muito além da formação de profissionais competentes, mas também cidadãos conscientes da necessidade de responsabilidade social.

“Na PUCPR costumamos dizer que formamos profissionais Gente Boa por meio de ações dedicadas a formação humana, como o Projeto Rondon. Enquanto eu puder, estarei engajada para que outros futuros profissionais sejam impactados como eu fui”.

Talita dos Santos, estudante de Ciências Sociais, em depoimento para o Projeto Rondon disse que “essa é uma oportunidade não apenas de enxergar, mas também de proporcionar o que já me proporcionaram. Então é algo que quero repassar para os meus porque sei a importância disso”.

Participante do Projeto Rondon desde 2014, está é a sexta operação do professor Jefferson Cunha, do Núcleo Comum da Escola Politécnica. Ele costuma dizer que cada operação é a primeira porque acontece em um novo lugar, com novos estudantes e cada uma com sua particularidade.

“O fato de ficarmos esse tempo fora de nossos costumes, convivendo com pessoas novas, clima adverso, alimentação e cultura diferentes, isto por si só já proporciona novas experiências. Costumo dizer para os estudantes ficarem atentos e observarem tudo pois é algo pode ser uma experiência única”.

O docente conta sobre a recepção na cidade. “Nesta viagem fomos muito bem acolhidos pelo povo de Anguera. Pessoas simples, de muito respeito e generosidade. Para mim, foi uma aula de hospitalidade”.

Ele complementa dizendo sobre a experiência de extensão proporcionada aos estudantes. “Ela vai além da sala de aula e eles aprendem por meio de situações reais. Creio que seja inevitável terem a percepção de que fazem parte dessa realidade, que podem e devem contribuir para solucionar problemas”

Se pudesse resumir o Projeto Rondon em uma palavra, o professor Jefferson diria “ensinagem” porque é a junção de Ensino e Aprendizagem.