Estudantes da PUCPR participam de atividade que une agroecologia e combate à fome
Eles auxiliam na manutenção da horta, colheita, organização e distribuição dos alimentos às comunidades
União entre pessoas do campo e da cidade para conhecer e praticar a agroecologia; plantio e cultivo de alimentos que respeitam a natureza; e reflexões sobre o combate à fome nas comunidades em situação de vulnerabilidade. Essas são algumas experiências promovidas aos estudantes inscritos na atividade Mutirão contra a fome – Agroecologia, que acontece em parceria com a instituição Associação Brasileira de Amparo à Infância (ABAI), localizada em Mandirituba.
A ação social iniciou no dia 07 de maio e já teve dois encontros. No local, a atividade começa com um café compartilhado e, na sequência, é feita a divisão dos grupos de trabalho para a construção e manutenção dos canteiros, plantio e colheita. Todas as atividades são realizadas com a orientação de um agricultor. Além dessa prática, no segundo dia do encontro, os estudantes foram até o bairro Tatuquara fazer a entrega dos alimentos para 22 famílias que trabalham com reciclagem.
As estudantes de Fisioterapia, Ester Abreu de Almeida e Hallana Mariano Luchtenberg, falaram como tem sido a experiência nesta atividade. “No primeiro encontro, nosso grupo ficou responsável pela plantação de Araucárias, para proteção do meio ambiente, e agora fizemos a colheita de alface, cenoura, rúcula e couve para distribuir próximo aqui da região às pessoas em situação de vulnerabilidade”, falou Hallana.
“Acho muito importante termos essa vivência durante a nossa trajetória na Universidade, pois acredito que toda pessoa precisa ter contato com outro tipo de realidade que não seja a sua, de se sentir melhor por ajudar alguém e aqui é um lugar que podemos fazer isso”, complementou Hallana.
Já a estudante Ester destaca o aprendizado sobre os cuidados na produção dos alimentos e cuidados à natureza. “Estamos acostumados a só comprar o alimento, que já vem pronto, mas não sabemos a procedência. E aqui nós vemos como ele é produzido e que tem todo um cuidado para que ele seja da forma mais natural e saudável também”, destacou. “Tem sido um momento bastante construtivo, pois conhecemos outras experiências e outras realidades, do porquê as pessoas estão aqui e de pessoas que se dedicam a isso”.
A coordenadora pedagógica da ABAI, Inês Fátima Polidoro, explicou sobre a importância do projeto Mutirão contra a fome. “É um espaço coletivo de encontro, onde vem agricultor, jovem da cidade e as pessoas que têm necessidades de receber o alimento. O que a gente quer é transformar essa realidade de fome para abundância, mas não uma abundância qualquer, precisa ter qualidade e gerar saúde para quem se alimenta dele”, explicou Inês.
Sobre a parceria da ABAI com o Projeto Comunitário, que acontece há mais de sete anos, Inês destaca como que uma experiência dessas pode fazer a diferença na vida das pessoas. “Tem um depoimento de um estudante da PUCPR, que fez a atividade aqui na instituição, que eu sempre lembro e me comove bastante. Agora ele é médico e ele disse: nunca mais eu vou atender um paciente sem primeiro perguntar: você está empregado? Porque dar uma receita é fácil, agora o problema é saber se ele vai ter como ter esse remédio, se ele tem comida em casa”, disse.
“Esse profissional também enviou um vídeo, mostrando que ele fez uma horta na casa dele e começou plantar. Então pra mim, se tudo não tivesse valido a pena, esse depoimento valeu”, destacou Inês. “Isso diz muito desses nossos encontros, que nos transformam, pois cada um de nós tem muito que contribuir com o outro, ninguém sabe tudo e ninguém sabe nada. Essas sabedorias são os diferentes, pois a gente só vai mudar o mundo quando os diferentes se encontrarem”, completou.
A atividade ainda terá mais dois encontros, um no mês de julho e outro em agosto, e finaliza para esse grupo de estudantes. No entanto, já tem planejamento para continuação dela, com novos estudantes, no próximo semestre. “Nós queremos que mais estudantes conheçam e tenham essas experiências, pois esses encontros nos fortalecem e a PUCPR é nossa parceira nesse projeto e, quem sabe, em outros que podem vir”, destacou Inês.