Escola de Ciências de Vida

Escola de Ciências de Vida - 24 out 2024

Semana Acadêmica da Escola de Medicina e Ciências da Vida destaca desafios atuais para estudantes da saúde

Palestra de abertura abordou o papel do estudante na sua formação e a importância de ‘transpor’ os muros da universidade

Entre os dias 15 e 18 de outubro, a Escola de Medicina e Ciências da Vida da PUCPR promoveu a VI Semana Acadêmica Interprofissional, evento que reuniu estudantes da saúde, professores e palestrantes para debater como profissionais interligados podem construir um mundo mais sustentável e colaborativo.

A palestra de abertura foi ministrada pela Dra. Madalena Maria Patrício, professora da Universidade de Lisboa e referência mundial em educação em saúde. Ela abordou os principais desafios para estudantes da área atualmente, envolvendo avaliação, currículo, ética e liderança. Um dos destaques foi o uso responsável da inteligência artificial, como ferramenta de apoio e não de substituição das atividades. Nesse sentido, encontrar um equilíbrio entre a inovação e a ética se torna cada vez mais necessário.

Para a professora Joceline Franco Dall Agnol, do curso de Farmácia da PUCPR, as mudanças tecnológicas estimulam os profissionais – e futuros profissionais – a lidar com o novo de forma constante. “Vivemos em uma era de ‘efemeridades’, em que tecnologias surgem diariamente e as inteligências artificiais estão substituindo funções importantes. O principal desafio, que também é uma necessidade para qualquer bom profissional, é estar preparado para reagir com resiliência diante dessas transformações”, afirma.

Nesse cenário, habilidades como pensamento crítico e olhar humanizado também adquirem um papel fundamental para o estudante. Isso envolve “transpor” os muros da universidade e atuar como agente transformador, buscando soluções para problemas reais. “Colocar o conhecimento a serviço da sociedade permite que os estudantes compreendam melhor as realidades que enfrentarão, o que contribui para a formação de profissionais mais comprometidos com a comunidade”, aponta o professor do Curso de Farmácia da PUCPR, Julio Cezar Merlin.

Ir além do espaço da universidade também possibilita que o futuro profissional da saúde se sensibilize com essas diferentes situações e cenários, como explica o professor da PUCPR Matheus Murmel Guimarães. “O estudante sai da bolha universitária e, muitas vezes, da bolha de sua própria realidade, criando empatia com o indivíduo em sua totalidade, não apenas com sua fração ‘paciente’”, afirma.

Outro tema em destaque na Semana Acadêmica da Escola de Medicina e Ciências da Vida foi a importância do engajamento estudantil no processo de ensino-aprendizagem – tópico abordado pela professora Patrícia Tempski, da Universidade de São Paulo (USP). Ela apontou que o estudante tem papel central na sua própria formação e que essa participação ativa melhora habilidades como criatividade, resiliência e colaboração. Além disso, é um fator de suporte psicológico e bem-estar.

“Os estudantes de hoje são bastante competitivos, o que frequentemente leva a problemas de saúde mental. Nesse sentido, o desenvolvimento emocional é importante para que tenham sucesso do ponto de vista cognitivo, mas também na compreensão do outro. Se o paciente deve ser compreendido em toda sua complexidade, o estudante também”, afirma a professora do curso de Medicina da PUCPR, Ingrid Fatima Zattoni.

Para que os futuros profissionais tenham participação ativa e autonomia no processo de aprendizagem, é importante contar com metodologias ativas, um dos diferenciais da formação na PUCPR. “Uma vez que o estudante precisa modular ativamente seu conhecimento, a universidade o habilita a ser um profissional com capacidade proativa, de autogestão, autoconhecimento, além de maiores habilidades interpessoais”, ressalta a professora Jaqueline Aschenbrenner, do curso de Medicina.