Nucleo de Direitos Humanos - 23 ago 2017

Projeto visa atendimento ao público haitiano residente na Vila Torres

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Iniciado em agosto de 2014, o projeto Português para Estrangeiros com foco de atendimento ao público haitiano residente na Vila Torres, região do entorno da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR). O projeto surgiu por meio da articulação entre Diretoria de Identidade Institucional, Instituto Ciência e Fé, Escola de Educação e Humanidades, Núcleo de Direitos Humanos e Núcleo de Línguas da PUCPR com o Instituto Vida Nova.

Em meados de 2010, quando um grande terremoto devastou o país caribenho, iniciou-se um movimento migratório de haitianos para o Brasil que se intensifica a cada ano. De acordo com dados do Ministério da Justiça, atualmente existem mais de 21mil imigrantes trabalhando de forma regular no país. Na cidade de Curitiba, segundo a Pastoral do Migrante, o número está entorno de 2000 haitianos, do qual 60% são do sexo masculino, com idade entre 20 e 40 anos.

Percebendo este contexto e a importância da aproximação com a comunidade do entorno, o Núcleo de Direitos Humanos da PUCPR reuniu lideranças da Vila Torres para viabilizar a capacitação qualificada dos imigrantes. “Nós entendemos que é de fundamental importância que a Universidade abra as portas e acolha os haitianos ofertando um curso que auxiliará a superar a primeira barreira que eles enfrentam ao chegar ao Brasil: o idioma” relatou Jucimeri Isolda Silveira, Coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos.

O projeto possui três grandes objetivos: o primeiro é o de desenvolver o conhecimento e as habilidades de produção e compreensão oral do português; o segundo é o de desenvolver estas capacidades para produção de gêneros textuais carta de apresentação e currículo, com o intuito de preparar os alunos para inserção no mercado de trabalho e o terceiro é o de abrir a possibilidade de campo de estágio para os alunos de letras português/inglês da PUCPR. Ane Cibele Palma, Coordenadora do Núcleo de Línguas da PUC PR, considera que esta também é uma possibilidade do Núcleo trabalhar com uma função social, vivenciando os valores Maristas. “Temos professores de diversas áreas e este projeto nos abre portas para que possamos desenvolver outras atividades com uma comunidade em situação de vulnerabilidade tão próxima de nós.”

Para Teuvenot Elisias, um dos alunos do curso, o projeto concede a possibilidade de desenvolvimento humano e garante o acesso às oportunidades. “Temos muita dificuldade com a língua. Precisamos falar bem o português para poder ter acesso à Universidade – como cursos de graduação e pós-graduação, e a um trabalho digno.”