Professor de Agronomia testa VANT no Câmpus Toledo da PUCPR
Objetivo é captar informações mais precisas sobre terreno e comportamento das plantas no campo
O professor das disciplinas de Fertilidade do Solo e Nutrição Mineral de Plantas do curso de Agronomia da PUCPR, Alfredo Richart, é um apaixonado por inovação no campo. Tanto assim que ele testou, no dia 19 de setembro, um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) no Câmpus Toledo. O equipamento foi lançado de uma catapulta e permaneceu cerca de uma hora no ar sem qualquer controle manual. Todo plano de voo foi estabelecido previamente por um software próprio.
De acordo com o professor Alfredo, um segmento que está crescendo na região é o de agricultura de precisão, “mas em geral as pessoas pensam em agricultura de precisão de ir no campo e fazer mapeamento, fazer uma coleta de solo e gerar uma informação a partir destes dados e gerar um mapa em 3D”, explica ele, acrescentando que o uso do VANT permite estabelecer índices de vegetação ou imagens de plantas de uma maneira muito mais precisa. “Este uso é algo recente em nível de Brasil”, reforça.
Mapa completo
No teste, o veículo voou com duas câmeras específicas: uma para a coleta de imagens em infravermelho e a outra para aerofotogrametria, usada na topografia para se obter informações de relevo. No caso do infravermelho é algo mais específico. Com esta câmera é possível, de acordo com o professor, avaliar em como a planta está se comportando em captar a luz do sol “porque parte da radiação é absorvida e parte é refletida. O equipamento consegue medir essa intensidade da planta tem em captar a luz do sol. Isso dá uma ideia do desenvolvimento da planta, permitindo associar este levantamento com a nutrição da planta”, diz.
Ainda de acordo com o professor, o objetivo de usar o VANT é fazer um diagnóstico de variação da distribuição de nutrientes dentro da área. “Assim se consegue ter uma ideia de como a planta está se comportando na absorção de água”, aponta Alfredo Richart, acrescentando que estas informações serão usadas junto com a agricultura de precisão.
Detalhes técnicos
O diretor de desenvolvimento da empresa AeroRobot Jorge Alejandro Pires acompanhou todo o teste. É ele quem oferece o treinamento e suporte técnico em campo “para que o cliente possa saber detalhes de funcionamento do equipamento” que vem sendo desenvolvido há pelo menos quatro anos pela empresa.
Com o uso do VANT é possível formar um ortomosaico de qualquer terreno através de fotografias georeferenciadas que são montadas e se tornam uma grande fotografia em visão tridimensional do local, independente de seu tamanho. “Isso permite um número imenso de aplicação pelos profissionais”, frisa Jorge Pires.
O modelo testado é de asa fixa (VANT), que tem maior autonomia e capacidade de carregar equipamentos em relação aos modelos com multirotor (popularmente conhecidos como drone). No caso do AR 21 que foi testado, a permanência varia de 45 minutos até 1h30, dependendo da configuração do equipamento.