A saúde esteve entre os temas mais discutidos do ano de 2020, além de ter sido uma das áreas de conhecimento mais importantes. Coincidentemente, esse foi um dos tópicos discutidos durante o III Congresso Ibero-americano de Bioética, realizado entre os dias 9 e 11 de dezembro, de forma online, pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR e a Sociedade Brasileira de Bioética – Regional Paraná.

Foram três dias de palestras, painéis, debates e apresentação de trabalhos de estudantes de diferentes níveis de ensino, da graduação à pós-graduação, e mais de 240 participantes. O professor Anor Sganzerla, um dos organizadores do evento e docente do Programa de Pós-Graduação em Bioética, comenta que o evento foi muito dinâmico e mesmo sendo online permitiu a participação ativa das pessoas.

“A presença de pesquisadores das instituições que compõem a Revista Ibero-americana de Bioética, favoreceu uma rica oportunidade para troca de experiências, projetos, e produção científica”, comenta.

Impacto social

O evento agrupou o III Congresso Internacional Ibero-americano de Bioética, o IX Congresso de Humanização e Bioética e o I Simpósio de Educação e Bioética da SBB/PR.

Juntos, eles trouxeram à tona uma abordagem que relacionava bioética, saúde e inclusão para conversar sobre temas contemporâneos e muito importantes para a sociedade, como educação e direitos humanos, saúde mental, reclusão e inclusão, saúde da mulher em situação de violência e ecologia integral, entre diversos outros.

O professor Sganzerla explica que os ganhos desses eventos nem sempre são imediatos, entretanto, as discussões que surgiram são muito importantes para repensar, por exemplo, o modelo de desenvolvimento atual, que não consegue alcançar os mais vulneráveis, e públicas que sejam inclusivas. “O tema do evento bioética, saúde e inclusão abriu inúmeras possibilidades de reflexão, debate e crítica em relação ao modelo de saúde global, marcado pelo individualismo, bem como a respeito da covid-19, principalmente em relação às vacinas”, defende.

Momentos marcantes

O professor também destacou, especialmente, dois momentos da programação: a palestra da professora Adela Cortina, da Espanha, sobre Aporofobia, e a entrega do prêmio Leo Pessini, uma iniciativa da SBB – Regional Paraná, que relembra o legado do pesquisador, grande bioeticista que faleceu em 2019, conhecido internacionalmente.

“No caso da pesquisa da professora Adela, a expressão Aporofobia foi cunhado por ela própria e significa o repúdio, desprezo aos pobres e desfavorecidos economicamente. Com a expressão, Adela quis mostrar que os estrangeiros são bem-vindos em todos os países, desde que tenham recursos econômicos”, explica Arnor. “Já o Prêmio Leo Pessini busca reconhecer o trabalho de bioeticistas e o homenageado desse ano foi o professor José Eduardo de Siqueira, do Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR”.

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