Hábitos e alimentação saudáveis fortalecem o sistema imunológico
Conheça os alimentos que fazem bem para a imunidade e revise sua dieta
A alimentação saudável é fundamental para manter a qualidade de vida em qualquer época, e diante do coronavírus, torna-se ainda mais importante. Manter uma dieta equilibrada, além de controlar os hábitos alimentares, é essencial para manter o sistema imunológico funcionando bem e diminuir as chances de ficar doente, conforme orienta a professora do curso de Nutrição da PUCPR, Cyntia Leinig.
A imunidade do corpo humano tem a função de reconhecer organismos patogênicos e reagir a eles para eliminá-los. Para fortalecer esse sistema de defesa, a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) recomenda o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, obtidos diretamente de plantas ou animais. Como exemplos, Cyntia menciona arroz, feijão, vegetais, frutas, verduras, sementes oleaginosas, leite, carnes não processadas, peixes e ovos.
Pesquisas recentes da área apontam alguns nutrientes com bons resultados no fortalecimento da imunidade, como por exemplo:
Vitamina A: Auxilia as células na resposta de proteção contra infecções. Encontrada em: fontes de gordura (queijos e gema de ovo), vegetais de coloração alaranjada (manga, mamão, cenoura).
Vitaminas do complexo B: Bom desempenho como anti-inflamatórios. Encontradas em: cereais, frutas e hortaliças, derivados do leite e carnes.
Vitamina C: Ajuda a prevenir a pneumonia e outras infecções no trato respiratório. Encontrada em: frutas cítricas (laranja, mexerica, maracujá, limão, abacaxi) e vegetais (tomate, batata, pimentão, brócolis, repolho, couve).
A professora cita ainda a importância de minerais como o Zinco, presente em carnes, frutos do mar, derivados do leite e ovos; Magnésio, encontrado em leguminosas, oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas) e vegetais verde-escuros; e Selênio, que tem como principal fonte a castanha do Pará.
Por outro lado, existem alguns alimentos considerados inimigos do sistema imunológico. Cyntia alerta para o consumo de alimentos denominados pela ASBRAN como “ultraprocessados”, que são aqueles ricos em açúcar, gordura e conservantes. “Eles têm menos nutrientes e favorecem a adesão de bactérias no intestino, além de elevarem a obesidade, hipertensão e diabetes, que colocam pessoas no grupo de risco da Covid-19″, explica.
Hábitos de alimentação
Além de ter um cardápio saudável que contribua para a imunidade, também é importante comer do jeito certo, conforme explica a nutricionista. Durante o distanciamento social, a ansiedade pode incentivar o aumento do apetite principalmente por alimentos mais calóricos. Além disso, “ficar mais tempo em casa também nos dá a oportunidade de visitar a cozinha mais vezes, e a falta de horário ou rotina nos faz buscar refeições semi-prontas e mais rápidas de serem preparadas. Todos esses aspectos podem levar ao ganho de peso, que aumenta o risco de deficiência imunológica”, orienta. A imunidade também pode ser afetada por fatores além da alimentação, como a qualidade do sono e a prática de exercícios físicos.
Não é bem assim...
Muitos métodos milagrosos de cura e prevenção ao coronavírus tem circulado na internet. Cyntia chama a atenção: “Não há nenhum alimento ou nutriente específico que previna ou trate a doença”. Embora muitos estudos estejam investigando a contribuição dos alimentos para a imunidade, algumas fake news têm prometido resultados ilusórios, como por exemplo: ingerir água a cada 15 minutos, consumir alho ou gengibre para evitar o contágio, cura através da vitamina C e chá de erva doce para “matar” o vírus. “Nenhuma dessas orientações tem evidência científica”, alerta a nutricionista.