Metodologias ativas de ensino são um diferencial para estudantes de Medicina da PUCPR
Estratégia incentiva o protagonismo, engajamento e participação ativa no processo de aprendizagem
Colocar o estudante no centro do processo de aprendizado, enfatizando sua participação ativa na construção do próprio conhecimento: esse é o principal objetivo das metodologias ativas de ensino. Na prática, elas “fogem” de um modelo tradicional, em que o professor é a principal fonte de informação para um público receptor e passivo. Em vez disso, encorajam os estudantes a serem protagonistas, autônomos e engajados.
No âmbito dos cursos da saúde, especialmente Medicina, essas metodologias têm papel fundamental. “Elas podem transformar a experiência de aprendizado, ajudando o futuro profissional a desenvolver habilidades práticas como pensamento crítico, comunicação, trabalho em equipe e resolução de problemas, que são essenciais na área médica”, destaca a professora Marina de Azevedo, do curso de Medicina da PUCPR.
Na prática, o estudante se envolve ativamente, buscando artigos científicos, por exemplo, e levando discussões para a sala de aula. “No contexto atual e com as evidências que temos, há um grau de aprendizado e captação do conteúdo muito maior quando eles estão imersos nessas metodologias ativas”, aponta o professor de Medicina Eric Grieger Banholzer.
Um exemplo de aplicação é o “problem-based learning” ou aprendizagem baseada em problemas. Nessa atividade, os estudantes recebem uma situação-problema (que pode ser um caso clínico ou não) e precisam buscar uma solução, individualmente ou em grupo.
Outro exemplo é o “flipped-classroom” ou sala de aula invertida, de acordo com a professora do curso de Medicina Aline Iannoni De Moraes. “É uma metodologia na qual o estudante precisa estudar um tema antes de ir para a aula. Gosto dessa, porque eles costumam apresentar mais dúvidas, o que torna a própria aula de conferência algo mais ativo”, explica.
Uma metodologia ativa que também se destaca na PUCPR é o Centro de Simulação, em que os estudantes de Medicina praticam procedimentos e situações clínicas com cenários simulados, bonecos tecnológicos e realidade virtual. O ambiente oferece segurança para o aprendizado a partir de erros e melhora competências técnicas e emocionais, como gestão de crise.
Há, ainda, a aprendizagem baseada em projetos, como ressalta a professora Camila Haus, da disciplina de Inglês Acadêmico II do curso de Medicina: “A avaliação acontece através do desenvolvimento de um TedTalk, em que os estudantes pesquisam, planejam e apresentam um tema que, na visão deles, precisa ser popularizado e explicado. Com isso, eles aprendem as habilidades da disciplina de forma ativa e colaborativa”.
Já na disciplina de Processos Patológicos, a professora Ana Clara Florido Almeida destaca o uso da gamificação. “Através de palavras cruzadas e o jogo do perfil adaptado, os estudantes reforçam conceitos relacionados às patologias de maneira dinâmica e divertida. Essas atividades promovem a identificação de semelhanças e diferenças entre doenças com sintomas sobrepostos, contribuindo para o reconhecimento das alterações patológicas comuns”, afirma.