O isolamento social tem deixado muitas pessoas em casa. Os animais de estimação, porém, continuam demandando passeios para fazer as necessidades, fazer alguma atividade física ou mesmo gastar energia. Nestes casos, os tutores devem ter um cuidado especial a limpeza dos bichinhos.

A principal recomendação é de que depois do passeio, os tutores lavem as patas dos animais com água e sabão. O álcool em gel, por sua vez, ao contrário do recomendado para os humanos, não deve ser utilizado. Segundo Marconi Rodrigues Farias, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA) e do curso de Medicina Veterinária da PUCPR, também não é necessário higienizar o animal diversas vezes ao dia. Isso pode, inclusive, ser perigoso para a saúde dos pets. “É temerário expor o animal a lavagens muito frequentes ou passar produtos antissépticos, como o álcool 70%. Isso pode causar problemas de pele e alergias”, alerta.

A lavagem completa do animal – para além do banho que ele toma normalmente – só deve ser feita no caso de contato direto com pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Ainda que cães e gatos não possam se contaminar por este tipo específico de vírus, é possível que eles atuem como carreadores, levando-o na pelagem, por exemplo. “Não sabemos ainda por quanto tempo o vírus sobreviveria e nem se isso é realmente possível. Enquanto não temos essa confirmação, pode-se lavar o animal e continuar usando o sabonete ou shampoo próprio com o qual ele está acostumado”, explica o professor.

Cuidados além da higienização

Ainda que muitos bichinhos precisem fazer passeios diariamente, os tutores devem praticar o isolamento social, uma das formas mais eficazes para combater a disseminação do novo coronavírus. Para conciliar as duas necessidades, os passeios devem ser mais curtos e em lugares abertos, como explica Marconi: “precisamos nos prevenir e evitar o contato com outras pessoas. Se for necessário sair com o animal, passeie o necessário para ele, e volte para casa”.

Além da higiene, é preciso ficar atento à saúde emocional dos pets. A mudança de rotina pode deixa-los deprimidos, mas é possível evitar isso com ações simples. “Animais muito domiciliados desenvolvem um vínculo afetivo com o ser humano e, nesse contexto, o estímulo mental e a integração social são fundamentais. Dar atenção, conversar com o animal, brincar e fazer carinho pode parecer bobagem, mas é muito importante para eles”. É importante lembrar, também, que o animal não precisa ficar isolado em um único cômodo da casa por conta do coronavírus. Você pode conviver com ele normalmente.