Da Engenharia Civil para o Direito Digital
Ao longo de seus 35 anos de docência, Cinthia Obladen migrou de área e assistiu à consolidação do Direito Digital
Cinthia Obladen tornou-se professora a partir do exemplo do pai, que lecionava no curso de Engenharia Civil da PUCPR. Ela seguiu seus passos e formou-se na mesma área, porém integrando o programa de pós-graduação em Informática da Universidade, graças a uma ampla formação acadêmica: mestrado em Engenharia Elétrica e Informática Industrial, além de doutorado em Informática Aplicada.
A aproximação de Cinthia com o Direito aconteceu por acaso. “Nós do programa de pós-graduação criamos um grupo de computação forense de pesquisa, sobre análise de cenários de crimes com realidade virtual. Nessa época, fui conversar com a coordenação de Direito para saber se o curso tinha interesse de participar do projeto, e a recepção foi tão boa que logo fui chamada para dar aula na graduação”, relembra a professora.
Cinthia começou dando aula em disciplinas optativas no curso de Direito da PUCPR, e logo depois ingressou na graduação, no mestrado e no doutorado. Em 2014, tornou-se professora exclusiva do curso, e atualmente é coordenadora do programa de pós-graduação em Direito, além de lecionar na especialização em Direito Digital da PUCPR. “Quando ingressei na área, precisei estudar muito. Comecei a entender ritos processuais, a parte civil e criminal, então com isso pude estudar o início do que, na época, se chamava direito eletrônico”, conta a professora.
A consolidação do Direito Digital
“Quando comecei, muitas pessoas perguntavam: ‘Mas o que você está fazendo no Direito? Não tem nada a ver com tecnologia!’”, relata a professora. A área, hoje conhecida como Direito Digital, passou por muitas transformações desde então. De acordo com Cinthia, o Direito não enxerga mais a tecnologia como uma área adversária, mas sim associada, pois ambas precisam se aproximar para trabalharem em conjunto.
“A tecnologia mudou o Direito do Trabalho, do Consumidor… Todas as áreas hoje sentem os reflexos das novas sociedades digitais”, analisa a professora. “Por isso, o Direito Digital é um ramo autônomo que se apropria dos conhecimentos de todas as outras áreas”. Para Cinthia, a parte mais encantadora da profissão é o fato de que sempre há coisas novas para aprender. “Quando estamos buscando entender os reflexos da tecnologia na sociedade, o Direito precisa adentrar em uma área totalmente desconhecida, e é interessante observar como se dá essa relação”.
As tendências na área do Direito Digital são muitas, e vão desde proteção de dados e segurança da informação até crimes cibernéticos e privacidade. Para garantir uma boa atuação nessa profissão constantemente desafiada por mudanças, Cinthia defende o conceito de “advogado 4.0”. “O novo profissional, que encara a chamada 4ª Revolução Industrial, trabalha com a tecnologia como uma aliada, procurando dominá-la e entender sua aplicação e seus reflexos na área jurídica”, conceitua.
Carreira consolidada
Atualmente, Cinthia é perita judicial nomeada em varas estaduais e federais, também atuando com assessoria em diversos escritórios de advocacia na área de informática e propriedade intelectual. Para ela, a integração entre seus 35 anos de docência e a prática de mercado é fundamental em sua carreira. “Repasso aos estudantes casos práticos, problemas e soluções encontrados no dia a dia, a partir tanto dos conhecimentos científicos quanto técnicos que acumulei ao longo dos anos”.
Conheça melhor a área de Direito Digital e conte com o know-how de profissionais como a professora Cinthia para alavancar a sua carreira.