Escola de Ciências de Vida

Escola de Ciências de Vida - 31 out 2024

Ensino interprofissional traz impactos positivos para a formação em saúde na PUCPR

Prática inovadora reconhecida pela OMS promove a colaboração eficaz, fortalece o trabalho em equipe e melhora resultados

O ensino interprofissional, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma estratégia inovadora, é uma necessidade cada vez maior atualmente. Ele acontece quando duas ou mais profissões atuam de forma integrada, promovendo uma colaboração eficaz para melhorar os resultados na saúde. É considerado um avanço considerável na formação dos profissionais, por fortalecer o trabalho em equipe e preparar os estudantes para os desafios da saúde moderna.

Essa metodologia também é importante porque enriquece a prática clínica, resultando em um atendimento mais eficaz para o paciente. Ao ter contato com diversas áreas, o estudante desenvolve uma visão integral e multidisciplinar, algo essencial para lidar com a complexidade dos casos atuais – e com um mercado de trabalho em constante transformação.

Na PUCPR, o ensino interprofissional é incentivado desde o desenvolvimento das matrizes curriculares dos cursos. “A universidade se destaca como referência, buscando integrar atividades de pesquisa e extensão para criar uma sinergia entre os campos do conhecimento. Em 2024, por exemplo, a Escola de Medicina e Ciências da Vida realizou a Semana Acadêmica, promovendo um intercâmbio rico de ideias e experiências entre cursos. Foi uma oportunidade única para discutir a importância da colaboração”, explica a professora Gracinda Oliveira, dos cursos de Medicina e Farmácia da PUCPR.

Outro exemplo é o projeto Saúde Sem Limites, no qual estudantes de diferentes cursos da Escola de Medicina e Ciências da Vida participam de atividades no Hospital Cajuru. “Nesse programa, após realizarem uma visita inicial ao paciente, acompanhados por professores de suas respectivas áreas, os estudantes se reúnem para discutir o quadro clínico de forma interdisciplinar, integrando diferentes perspectivas profissionais”, destaca a professora dos cursos de Medicina e Farmácia Cynthia Bordin.

A PUCPR proporciona, ainda, cursos interdisciplinares de anatomia e fisiologia humana, disponíveis por todos os acadêmicos de saúde. “Os estudantes de Medicina auxiliam nas demonstrações práticas e todos os participantes podem compartilhar aspectos relacionados às suas realidades. Essa iniciativa melhora a compreensão do papel de cada um no cuidado ao paciente”, explica a professora Demetria Monteiro, dos cursos de Medicina e Fisioterapia.

Os tutorais são outro destaque importante. Na prática, são momentos de aprendizado coletivo a partir de discussões e estudos de caso, de acordo com a professora de Medicina e Enfermagem Carla da Ros. “Em um desses momentos, nós apresentamos dados reais sobre a prevalência da tuberculose no Brasil e no mundo. Os estudantes criaram um caso clínico a partir desses dados e nós questionamos quais profissionais poderiam atuar para resolvê-lo, por envolver determinantes sociais de saúde. Rendeu muito, porque foi possível imaginar uma situação e fazer a correlação entre diferentes profissões”, ressalta.

Dessa forma, o ensino interprofissional incentiva a colaboração e integração, estimulando também habilidades como comunicação e resolução de conflitos. Na visão dos docentes, o retorno é produtivo. “Os estudantes reconhecem essa necessidade e estão abertos para a interação entre profissionais. Eles sempre nos dão feedback positivos sobre essa prática”, ressalta o professor de Medicina Claudio Beltrão.