PUCPR e Instituto Marista acolhem refugiados do Afeganistão
A vinda para Curitiba oferece novas possibilidades, inclusive de estudos
Em 2021, mais de meio milhão de cidadãos afegãos foram forçados a deixar seu país por conta da crise humanitária que afeta a região, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Uma dessas famílias, que encontrou refúgio no Brasil, foi recentemente acolhida pela PUCPR e pelo Instituto Marista em Curitiba. O Centro Marcelino Champagnat (CMC) é, desde fevereiro de 2022, lar temporário para pai, mãe e filha.
A trajetória até Curitiba
Rahmatullah Khwajazada chegou ao Brasil com a família em novembro de 2021. Formado em Business Administration, ele queria começar um mestrado na área, mas os conflitos no Afeganistão e a viagem às pressas o impediram. Em São Paulo, os três foram acolhidos pelo Centro de Atenção ao Migrante das Irmãs Scalabrinianas. Uma das freiras que prestava assistência soube de sua história e, como conhecia o atual reitor da PUCPR, Irmão Rogério Mateucci, entrou em contato para buscar uma oportunidade.
Rapidamente, recursos foram mobilizados para atender à família da forma mais completa possível. Foi estabelecida uma parceria com o Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade para conseguir uma bolsa de estudos para o migrante afegão, assim como aulas de português para ele e a esposa. A filha do casal, de 4 anos, está frequentando a Escola Social Marista Eunice Benato, que fica dentro do Câmpus da Universidade.
A missão de acolher
A acolhida aos refugiados atende à convocação feita pelo Papa Francisco no último Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (26 de setembro de 2021), para que a Igreja contribua na construção de um mundo cada vez mais inclusivo e solidário. “A todos os homens e mulheres da terra, apelo a caminharem juntos rumo a um nós cada vez maior, a recomporem a família humana, a fim de construirmos em conjunto o nosso futuro de justiça e paz, tendo o cuidado de ninguém ficar excluído”, disse o Papa.
O recomeço
Segundo Rahmatullah, a adaptação dele e da família ao novo local e aos novos costumes tem sido tranquila, e ele considera Curitiba uma cidade muito limpa e calma. O afegão conta que ficou muito feliz com a oportunidade de recomeçar a vida e continuar seus estudos.
“A PUCPR é uma das melhores universidades do Brasil, não quis perder essa oportunidade”, explica. Para o futuro, ele tem o sonho de ser professor universitário e ter uma grande empresa. “Talvez eu comece um pequeno negócio, um restaurante em um futuro próximo. Estou tentando meu melhor para conseguir isso. Quer servir às pessoas de todo o mundo”, finaliza.
Projeto Lampedusa
Rahmatullah é o primeiro refugiado mestrando na PUCPR, mas o acolhimento de sua família não é um ato isolado. Como forma de concretizar o compromisso da instituição com a missão dada pelo Papa Francisco, a Diretoria de Identidade Institucional da PUCPR iniciou em 2018 o Programa Lampedusa. O propósito da iniciativa é articular de forma interinstitucional a atuação com a população em situação de migração e refúgio, buscando acolher, proteger, promover e integrar. O projeto conta com o apoio de diversos setores da Universidade. Saiba mais sobre o Projeto Lampedusa aqui.