A construção de uma startup promissora no ecossistema curitibano
Wellington teve contato com realidade aumentada durante a graduação na PUCPR e a partir disso fundou uma startup com potencial para se tornar um unicórnio
Curitiba, há alguns anos, tem se destacado pelo seu potencial de inovação e pelas startups criadas na capital paranaense, algumas das quais já ganharam o status de unicórnios (quando a empresa passa a valer 1 bilhão de dólares, antes mesmo de oferecer ações na bolsa de valores). Mas, além dessas, algumas outras estão seguindo um caminho promissor, sendo apontadas como possíveis unicórnios do futuro.
Uma delas é a GoEPIK, startup que usa tecnologias como machine learning, internet das coisas e realidade aumentada para promover a transformação digital e ajudar empresas a gerenciarem e otimizarem processos. Um dos responsáveis pela criação é Wellington Moscon, formado em Sistemas de Informação pela PUCPR.
Nascido em uma família de autônomos, ele sempre teve o caminho do empreendedorismo no radar. Com um ensino médio técnico na área de tecnologia, aos 19 anos já dava aula de informática básica. Quando chegou à graduação em sistemas de informação, foi desafiado a buscar soluções e pesquisar por conta própria para construir projetos. “Os professores falavam ‘vai lá, testa e vê se dá certo’, não recebíamos tudo pronto deles, e isso fez muita diferença para mim”, conta Wellington.
A partir da Universidade, teve suas primeiras oportunidades de trabalho no mundo corporativo, passando por diversos cargos e organizações até, finalmente, fundar sua própria empresa, em 2017. Fazendo um retrospecto, ele percebe que esse período como colaborador foi importante para construir repertório. “Ter experiência na área em que quer atuar ajuda bastante, porque você consegue aliar a sua ideia de negócio ao conhecimento prévio sobre o mercado”, reflete.
Ideia começou na universidade
E ter essa ideia não é, simplesmente, resultado de um insight genial. Ela muitas vezes vem de horas de estudo e diversos testes. No caso de Wellington, o princípio da GoEPIK se deu quase sete anos antes da empresa de fato existir. Durante as pesquisas para o TCC da graduação na PUCPR, ele teve contato com o conceito de realidade aumentada e passou a pesquisar sobre o assunto. A partir daí, já graduado, desenvolveu um projeto e partiu para aplicação: começou pelo setor de educação, depois passou para o marketing… Cada tentativa era um aprendizado.
Até que chegou no setor industrial, ao qual a startup se dedica hoje, possibilitando às empresas, por exemplo, guiar operadores visualmente e coletar imagens de evidência com realidade aumentada. E aqui vem uma das primeiras lições: nem sempre as coisas dão certo de primeira e o erro faz parte disso tudo, assim como a resiliência. “A pior coisa que pode acontecer é você errar e ter que começar de novo”, ressalta Wellington, em um misto de simplicidade e firmeza.
Visão de futuro
A segunda lição é ter total confiança no seu projeto, mas com muita consciência prática. “Eu simplesmente não vejo a minha empresa não dando certo”, afirma Wellington. O pé no chão vem na sequência: ele sabe que ainda há um longo caminho até o unicórnio. “Empresas como o Ebanx e a Madeira Madeira já têm dez anos de mercado. A GoEPIK tem quatro. Então ainda precisamos comer muito feijão e arroz para chegar lá”, observa.
E onde fica o “lá” é algo muito claro para a GoEPIK: hoje a startup busca o mercado brasileiro, para futuramente chegar ao exterior e, depois, alcançar o unicórnio com o próprio faturamento.
Para quem quer ser empreendedor e colocar um projeto na rua, é preciso se jogar nele. Nesse cenário, arriscar-se faz parte, segundo Wellington. “O risco existe em qualquer área ou tipo de contrato de trabalho. O que acontece é a gente ‘pinta’ cenários de estabilidade”, comenta. “Então, até quando você vai deixar de fazer o que quer por medo?”.