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Destaque - 24 set 2020

Professores inovam para melhorar a experiência das aulas

De pequenas mudanças a estruturas mais complexas, professores da PUCPR se adaptam para oferecer aulas interativas mesmo no ambiente remoto

Professora Rafaela com seu novo “quadro”, onde demonstra os cálculos das disciplinas.

Em projetos de inovação, o “pulo do gato” é o acompanhamento, com melhoria contínua, adequando e melhorando a solução a cada insight. Essa prática, porém, não se restringe apenas a projetos de inovação, nem a grandes iniciativas. E disso os professores da PUCPR entendem bem. Em busca de melhorar cada vez mais a qualidade das aulas no modelo remoto – adotado desde março para permitir a continuidade dos estudos de maneira segura -, os professores têm encontrado novas formas de passar os conteúdos, sempre contando com o feedback precioso dos universitários.

A professora Rafaela Otemaier leciona as disciplinas de Pensamento Matemático na Computação e Resolução de Problemas com Lógica Matemática para os cursos de Engenharia de Software e Sistemas de Informação, e sentiu que precisava aumentar o contato com os estudantes durante as aulas. “Matemática é uma matéria em que as pessoas têm mais dificuldade, mesmo na área de exatas”, explica a professora. Com base na experiência do semestre anterior e a opinião dos universitários, ela transformou duas mesas de vidro que tinha em casa em lousas para demonstrar os cálculos e exercícios em tempo real. Com a ajuda de um computador e um celular, ela consegue que os estudantes vejam os cálculos feitos no “quadro”, o rosto dela e, ainda, acompanhar o que eles comentam no chat.

E o modelo deu certo: “eles falam que preferem que eu escreva durante a aula. Além disso, posso explicar tudo de novo, imediatamente, se eles não entendem e consigo medir melhor a participação nas aulas”, observa a professora. Rafaela comenta que o uso de ferramentas mais manuais foi uma escolha para melhorar a experiência dos estudantes com as disciplinas. “Escolhi essa dinâmica para trazer mais proximidade. Eu tenho ferramentas tecnológicas e poderia usá-las, mas percebo que assim eles entendem mais facilmente e é melhor para todos nós”.

Laboratório em casa

Estrutura montada pelo professor Ricardo para que estudantes pudessem testar os equipamentos remotamente.

Já o desafio do professor Ricardo Diogo era um pouco diferente: os testes de equipamentos e a parte “mão na massa” das disciplinas de Sistemas Industriais e Controladores Programáveis para Automação, das Engenharias de Produção, Mecânica e de Controle e Automação, eram muito importantes para a aprendizagem.

A solução foi montar uma miniestrutura em casa. Com o suporte da Escola Politécnica, ele levou alguns computadores, controladores e equipamentos dos laboratórios para casa e montou um sistema para permitir que os estudantes façam os testes à distância. Cada equipe recebe acesso remoto a um computador com os softwares necessários, o professor monta uma sala online e, assim, eles conseguem verificar se a atividade está certa e se os equipamentos funcionam como deveriam.

“Montei uma interface que chamamos de IHM (homem-máquina), muito usada na indústria. Ela reproduz na tela a estrutura física, como uma planta em 2D e, quando os estudantes clicam nos botões do sistema, é enviado um comando para o equipamento, que funciona se estiver tudo certo”, explica Ricardo. Dessa forma, e os estudantes podem fazer os testes e verificar se resolveram a atividade corretamente, sem a necessidade de estar nos laboratórios da PUCPR. Além de uma mudança na forma de lecionar, é uma dinâmica diferente também para os universitários, que têm contato com outra forma de fazer a atividade. “Em condições normais, eles apertariam botões físicos”, observa o professor.