Multiplicando a cidadania
Egressa da PUCPR participou do Projeto Rondon durante a faculdade e se tornou disseminadora da iniciativa
A natureza, na sua sabedoria, conta com multiplicadores para garantir que tudo funcione. São abelhas, pássaros, água e vento, ajudando na polinização das plantas e na consequente geração de flores, frutos e sementes. Foi assim, com uma representação acidental dos processos naturais, que Paolla Bianca Santos Coelho, recém-formada em Engenharia Florestal pela PUCPR, conheceu o Projeto Rondon, que guiaria sua experiência durante toda a graduação.
Ainda no Ensino Médio ela conheceu um desses “agentes polinizadores”, participando de uma palestra com uma estudante universitária rondonista, como são chamados os que integram a iniciativa. Depois disso, estava plantada a semente. “Ela contou sobre o Rondon com tanta paixão que aquilo me chamou muita atenção e pensei que gostaria de participar também”, relembra Paolla. O Projeto Rondon é liderado pelo Ministério da Defesa, em parceria com outros órgãos, universidades e comunidades, e busca levar ações de responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e promoção da cidadania a comunidades brasileiras, de forma voluntária.
A partir daí, começou a germinação do projeto. Primeiro, a estudante conquistou uma vaga no curso de Engenharia Florestal na PUCPR. Logo no início das aulas, a turma de Paolla teve conversas sobre o que a Universidade oferecia aos novos “filhos”, incluindo atividades extracurriculares. “Assim que falaram sobre o Projeto Rondon, eu já levantei a mão querendo saber como participar!”, brinca. Mas ela precisaria de um pouco de paciência: o projeto é disponibilizado a estudantes a partir da metade do curso e, como caloura, ainda faltava um tanto para chegar lá.
O dia, porém, chegou, alguns anos depois. Paolla conferia o site do Ministério da Defesa com frequência e, entre idas e vindas de semestres e editais, finalmente começou a seleção para o programa, no 8º período do curso. “Achei que era só me inscrever e entrar, mas tem todo um processo seletivo para garantir que as pessoas estão conscientes sobre o trabalho e realmente têm interesse”, conta.
A clareza do propósito, entretanto, não faltava à universitária. Ela sabia exatamente por que queria participar e já tinha experiência com voluntariado. “Para mim, entrar na Universidade já era algo que parecia distante. Então, como estudante bolsista integral pelo Prouni, eu queria retornar para a sociedade, de alguma forma, essa oportunidade que recebi”.
Paolla foi selecionada e integrou a Operação João de Barro, que levou estudantes da PUCPR até Várzea Grande, município do Piauí que fica a aproximadamente 200 km da capital, Teresina. Ela ficou com a responsabilidade de planejar oficinas relacionadas ao Meio Ambiente, sua área principal de atuação, adaptadas à realidade do município. “Fizemos um levantamento de informações para entender as necessidades da cidade quanto a questões sanitárias, de saúde e de gestão de resíduos”, explica.
Com uma vivência tão intensa em apenas 18 dias, o Projeto Rondon não poderia deixar de ser transformador. Depois do tempo de germinação, a semente plantada finalmente deu flor. “As meninas que ajudavam a gente no alojamento choraram quando fomos embora, porque criamos um vínculo”, relembra a estudante.
Para a universitária, não foi diferente. Os aprendizados foram muitos e com raízes profundas. Segundo Paolla, o que os estudantes levam é muito menor do que o carinho que recebem da comunidade. “Eu relembrei a importância de dar valor às pessoas e às coisas simples. Lá, a comunidade presta atenção e realmente ouve quem fala”, comenta. “Às vezes, durante a faculdade, a gente se distancia das pessoas mais simples e a experiência do Rondon nos reconecta, nesse sentido”.
Ao voltar, Paolla se transformou, também, em uma multiplicadora da sementinha da cidadania, indicando o projeto para uma amiga. “Acho que falei com tanta animação, que a convenci, e ela foi para uma operação aqui no Paraná”, conta.
Para conhecer melhor o projeto Rondon da PUCPR e viver uma experiência tão transformadora quando a da Paolla quando as atividades presenciais retornarem, entre em contato com a equipe do Projeto Comunitário aqui.