Os sonhos de Georgia – uma Filha da PUC prestes a conquistar o mundo
Na reta final do curso de Medicina, descobriu-se no Triathlon
Em 29 de setembro de 2019, o mundo do Triathlon estará de olho na Capital Olímpica: Lausane, na Suíça. É a final do mundial da modalidade, que reúne competidores de diversos países. Entre eles, uma é especial para nós da PUCPR: Georgia Zattar, estudante de 23 anos, no 6º ano de Medicina. Praticante do esporte há pouco mais de um ano, a Filha da PUC descobriu-se correndo, pedalando e nadando, quase sem querer. E nunca mais parou.
Georgia sempre foi atlética e já na infância desdobrava-se na Ginástica Rítmica, em Joinville, interior de Santa Catarina. Aos 12 anos embarcou para treinamentos na Bulgária, onde sentiu pela primeira vez a saudade de casa. Eram treinos de oito horas diárias, com exigências que a levariam patamares olímpicos. E provavelmente seria esse o destino de Georgia, não fosse um sonho que nutria desde cedo: ser médica.
“…o gostinho do pódio reacendeu em si a paixão pelos esportes.”
Nascida em uma família de médicos, a Medicina era o grande caminho profissional para a pequena, que aos 15 anos largou a vida de ginasta para se dedicar aos estudos. Mal sabia que se reencontraria no esporte logo ali.
Foi então que desembarcou em Curitiba, no início de 2013, com foco no Vestibular. O resultado: caloura de Medicina PUCPR já no ano seguinte.
Tudo era descoberta e alegrias, com exceção da distância de sua irmã gêmea, Giovana. A separação foi como se algo em si deixasse de existir. Juntas desde sempre, era a primeira vez que Georgia se via num caminho para seguir só. Acompanhada pelos livros, as coisas pareciam ocas. Como se a família fosse o dentro de tudo.
Mas Georgia se adaptou, como fazem os atletas diante das adversidades. E o esporte tornou-se ainda mais coadjuvante durante a graduação, com poucas horas livres além dos estudos. Era só uma corrida aqui, uma nadada ali…
Até que começou a aumentar as suas metas diárias de braçadas na piscina, sem compromisso. De tanto correr e nadar, veio o convite de um amigo: se inscrever em uma prova de Triathlon. Sem pensar muito, foi lá, se inscreveu e descobriu uma nova razão para viver. Aqui a história ganha passadas largas, pois o sonho olímpico voltou a fazer parte de sua vida.
Com uma bicicleta emprestada do pai, conquistou a segunda colocação na prova de estreia. Era o dia 17 de fevereiro de 2018 e o gostinho do pódio reacendeu em si a paixão pelos esportes. De lá para cá, foram 13 competições e 10 primeiros lugares. Provas regionais, Copa Brasil, Pan-Americano, todos os níveis de dificuldades e categorias. Agora, Georgia está prestes a estrear entre profissionais.
A bicicleta enferrujada da primeira competição virou história e hoje Georgia compete e treina com uma de alta performance. A rotina começa diariamente às cinco da manhã, quando o relógio desperta. Vê o sol nascer já na rodovia, onde pedala ao menos 50 quilômetros (quando o treino é leve), para então correr e nadar. São 3 horas diárias de treinos, no mínimo, em meio a uma rotina que conta ainda com o internato do último ano de Medicina.
Este é um momento especial na vida de Georgia, que reencontrou a alegria ser atleta em meio ao sonho de se tornar médica. 2019 será lembrado como o ano em que tornou-se oficialmente uma atleta profissional e concluiu o curso de Medicina. “Foi a melhor coisa da minha vida”, diz com lágrimas nos olhos, “Estou vivendo um sonho”.
Georgia tem Sangue Bordô. Vive diariamente as dores e superações que a vida de atleta exige. Sabe da responsabilidade e dedicação necessárias para alcançar seus objetivos. E, na manhã do dia 29 de setembro, na Suíça, Georgia vai mergulhar no lago Léman, pedalar e correr pelas ruas de Lausane, tornando realidade o sonho que sempre carregou consigo: médica e atleta profissional.