Após 10 anos da inauguração do Projeto Reciclar é Viver, idealizado e mantido pela Associação de Proteção à Infância Vovô Vitorino, no último dia 30 de junho, a instituição inaugurou um mercado itinerante em uma Kombi, para ampliar o projeto. A proposta do Projeto surgiu em uma mobilização na comunidade que, percebendo a quantidade de lixo jogado embaixo das torres na rua principal do bairro, pensaram em fazer algo que despertasse a consciência das pessoas para não jogar lixo na via pública.

Maria Julia Xavier, responsável pela instituição, relembra que, na época da mobilização, decidiram conversar com os moradores da rua para saber por que acabavam jogando o lixo na via, mas relataram que o material não era deles, mas de outras pessoas que jogavam ali. “Decidimos trocar materiais reciclados por alimentos para incentivar as pessoas a reciclar, até então ninguém sabia muito o que era reciclado ou orgânico”, conta.

Desde o princípio, a iniciativa contou com o apoio dos acadêmicos da PUCPR, já que a instituição é parceira do Projeto Comunitário há 12 anos. Assim, na época, foi feita reunião com os moradores para que o conteúdo fosse separado e a cada dois meses trocado na associação. Com isso, todo o material seria valorizado e os moradores poderiam trocar por alimentos não perecíveis.

Maria Julia ainda conta que nesses 10 anos isso se tornou uma grande rede, envolvendo acadêmicos da PUCPR, a comunidade, o comercio local e o Depósito de Material Reciclável. Além disso, o projeto foi ampliado para mais duas comunidades: a Aldeia Kakané Porã e Caximba. Assim, a Kombi adaptada será um mercado itinerante para facilitar o acesso aos moradores dessas comunidades.

A cada dois meses, no dia da troca, os acadêmicos da PUCPR fazem atividades de educação ambiental com as famílias, crianças e adolescentes, e ministram oficinas de reutilização de materiais reciclados. “Atualmente temos uma comunidade mais limpa e pessoas mais conscientes. O meio ambiente agradece, todos nós aprendemos e as famílias ganham alimentos. Além disso, o Vovô Vitorino consegue manter o projeto de fortalecimento de vínculos com adolescentes da comunidade”, finaliza Maria Julia.