Primeira edição do Rondon Day acontece no Caximba
Estudantes da PUCPR realizam ação preparatória para o Projeto Rondon, em julho de 2019
No sábado, dia 08 de junho, foi realizada a primeira edição do Rondon Day. O projeto é uma colaboração entre o Projeto Comunitário da PUCPR e a Associação de Proteção à Infância Vovô Vitorino, pelo projeto Reciclar é Viver. O objetivo do Rondon Day é realizar uma ação preparatória para os estudantes da instituição selecionados para participar da Operação João de Barro do Projeto Rondon, que acontecerá em julho de 2019.
Os acadêmicos se organizaram para realizar em uma comunidade do Caximba as mesmas atividades que serão feitas em julho, no Piauí. Três oficinas foram realizadas por estudantes dos cursos de Direito, Arquitetura, Psicologia e Engenharia Civil, do conjunto B. Toda a movimentação foi registrada pelos estudantes de Comunicação que integram o conjunto C, liderado pelos professores Marcos José Zablonsky e Evary Anghinoni e responsável por cobrir todas as atividades. Foi possível aplicar técnicas de Jornalismo e comunicação, tornando a experiência um pontapé inicial para a Operação João de Barro.
O professor Jefferson, orientador do conjunto B, conta quais oficinas estavam sendo realizadas:de produção de materiais de higiene, como álcool em gel e amaciante, de detecção da qualidade da água e também uma oficina sobre o resgate histórico na comunidade do Caximba. “Nós utilizamos a própria comunidade para ouvir relatos sobre a vida aqui, sobre as dificuldades, seus anseios e suas experiências, para que possamos registrar e fazer uso do que vemos aqui lá no estado do Piauí”.
Segundo ele, a experiência prévia é de extrema importância. “Trabalhamos com o público, ele é parte essencial do nosso projeto e da forma que ele será executado lá na Operação João de Barro. Por isso precisamos nos planejar e detectar falhas de comunicação tanto prévia quando durante a operação, para que isso possa ser evitado e resolvido da melhor maneira”, explica.
O estudante de Engenharia Civil Daniel Garcia conta que ele e a estudante de Arquitetura e Urbanismo Luciana Maruo organizaram a oficina “Limpando a Casa”. Nela, os dois ensinam os moradores a confeccionar materiais de limpeza complexos a partir de outros mais simples. “Fizemos um amaciante a partir de uma mistura de álcool, vinagre e essência. Depois de um tempo em repouso ele já pode ser utilizado. Outro material é o álcool em gel, em que utilizamos amido de milho, álcool e vinagre. Os ingredientes ficam curtindo em um recipiente durante um tempo e em seguida a higienização já pode ser feita”.
“Em certo ponto a gente até pensa ‘será que mesmo algo tão básico elas não vão saber?’, mas elas realmente não sabem. Então a gente se dá conta que todo trabalho que é feito é válido, seja ele complexo ou não”, completa Daniel.
Bruna Nascimento da Silva mora no Caximba há 25 anos. Mãe solteira de um filho de cinco anos, ela afirma que realização de oficinas como as do Rondon Day beneficiam muito a comunidade. Foi graças a um evento parecido que ela se tornou capaz de ganhar uma pequena renda para o filho por meio do trabalho manual. “Eu acho que deveria vir mais vezes e com mais frequência. Também com mais variedade de cursos. Porque é um passatempo para a gente, uma maneira de ocupar a cabeça”, conta.
Vovô Vitorino e o programa Reciclar é Viver
Desde sua fundação, a Associação de Proteção à Infância Vovô Vitorino constrói sua história pautada na mobilização comunitária. O objetivo principal da instituição é atender crianças e adolescentes, assim como seus familiares, com ações sócio-educativas que valorizam essas comunidades. Atualmente, existem três projetos sendo trabalhados: coletivo Faça Acontecer, Reciclar é Viver e as oficinas de formação humana.
Apesar de cada uma ter sua característica específica, o Reciclar é Viver traz uma nuance inovadora para os tipos de projetos normalmente realizados. A proposta é que a cada dois meses seja montado um mercado de trocas com arrecadações de alimentos não perecíveis em parceria com a comunidade. Assim, famílias coletam materiais recicláveis e levam até o Vovô Vitorino, onde o material é pesado em uma balança e o valor é calculado e repassado em forma de ficha social, servindo para troca dos alimentos.
De acordo com Bruna, responsável pela troca das fichas por alimentos, o projeto é uma ajuda para quem não tem condições, já que os preços dos alimentos no mercado acabam saindo muito caros. “Isso é uma ajuda e tanto porque geralmente a troca que você faz aqui dá dois meses de alimento certinho. Já é uma ajuda para a comunidade e para o meio ambiente também, porque mantém a sua casa e sua região limpa”, conclui.
O programa Reciclar é Viver acontece a cada dois meses, no último sábado do mês. Sempre pelas manhãs, a partir das 08h. É importante consultar a associação para datas específicas.
*Texto escrito pelos estudantes de Jornalismo da PUCPR Helena Sbrissia e Matheus Zilio