Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, 83% da matriz elétrica do Brasil vem de fontes renováveis. A energia hidrelétrica é a mais usada no país (64%), seguida da eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar centralizada (1,4%). Entretanto, apesar de serem consideradas renováveis e de poluírem menos, se comparadas à energia gerada a partir de combustíveis fósseis, por exemplo, todas causam algum impacto ambiental. Portanto, economizar energia diminui a necessidade de produzi-la e, como consequência, colabora com a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

Foi pensando nisso que a Escola Politécnica da PUCPR criou o projeto Ecolibra, que busca reduzir o consumo dos recursos naturais e melhorar a gestão de resíduos. A iniciativa foi implementada na Escola no início do 2020 e é estruturada em etapas, para que as mudanças possam ser assimiladas e sustentadas a longo prazo. A primeira fase, que estava em desenvolvimento nos primeiros meses do ano, foca na redução de energia elétrica.

“Fizemos uma reunião com o pessoal administrativo da Escola e com as equipes de higienização para combinar como fazer isso dentro das rotinas de cada um. Acertamos, como uma primeira ação, que as luzes seriam apagadas depois da limpeza das salas e que os laboratórios também teriam as luzes desligadas sempre que não estivessem em uso”, explica o professor Jefferson Pedro Cunha, do curso de Engenharia Ambiental, e um dos responsáveis pelo projeto. Segundo ele, além da força-tarefa para manter lâmpadas desligadas, os bebedouros conectados à rede elétrica também foram substituídos por modelos mais eficientes, nos três blocos da Escola.

Primeiros resultados

Apesar de o projeto estar paralisado por conta da suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia do novo coronavírus, o professor conta que mesmo em pouco tempo já foi possível perceber mudanças de comportamento: “Todas as ações efetivadas são documentadas, então foi possível perceber uma mudança nos hábitos. Nos horários sem aula as luzes estavam todas apagadas”.

Para o sucesso do projeto, o EcoLibra conta com a ajuda de colaboradores “embaixadores”, que têm a missão de estimular os colegas, monitorar as ações e coletar ideias de melhoria. Futuramente, os estudantes também devem ser envolvidos, participando de atividades de conscientização, mobilização e sugerindo ações. “Nós confeccionamos alguns botons da campanha e tags volantes feitas de papelão reaproveitado, nas quais carimbamos ideias relacionadas à sustentabilidade e ao projeto, para já começar a mobilizar a escola como um todo”, explica Jefferson.

Próximas etapas: água e resíduos

Além da redução no consumo de energia elétrica, as próximas etapas do EcoLibra incluem diminuir o consumo de água e otimizar a gestão dos resíduos, produzindo menos lixo e melhorando os processos de separação e encaminhamento.  “Definimos as áreas prioritárias com base nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, conta o professor.

Os ODS são uma agenda formal de desenvolvimento sustentável que deve ser implementada por todos os países do mundo até 2030. Eles abordam questões como consumo sustentável, mudanças climáticas, desigualdades socioeconômicas, inovação, diversidade, paz e justiça e podem ser absorvidos por todos os setores, como empresas públicas e privadas, ONGs, e sociedade civil.

Compromisso com os ODS

Em 2020, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) já tinha se destacado pelo compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A Universidade se classificou no Times Higher Education (THE) Impact Rankings como primeiro lugar entre todas as instituições de ensino superior privadas do Brasil e terceiro lugar entre todas as universidades públicas e privadas do Paraná. O ranking usa como referência o progresso as universidades em torno dos ODS.