Estudantes de Engenharia Civil conquistam dupla diplomação pela PUCPR e Universidade do Minho, em Portugal
Confira como foi a experiência delas durante o intercâmbio
A oportunidade da dupla diplomação e Mestrado foi o que atraiu as estudantes de Engenharia Civil Clarice Mendonça Rabêllo e Bruna Lobo da Rosa de Almeida para irem para Portugal no início de 2019. Elas contam que o período no exterior foi de muita adaptação e aprendizagem. Para Clarice, apesar do ensino ser muito parecido com o daqui, ela sentiu que a maneira de avaliação era diferente, por isso foi necessário dedicar mais tempo aos estudos. Bruna percebeu que as aulas eram mais longas e com muitos trabalhos, mas que os professores sempre estavam à disposição para ajudar e explicar melhor algo que tenha ficado dúvida.
O idioma foi um dos grandes facilitadores da experiência internacional, além da assistência que a Universidade do Minho proporcionou. Dentre as dificuldades, Clarice cita a primeira prova que fez e que teve uma nota abaixo da que esperava. Já Bruna, conta sobre descobrirem algumas informações enquanto já estavam lá. Isso aconteceu por terem sido as primeiras estudantes de dupla diplomação da PUCPR na Instituição.
Mesmo com esses desafios durante os estudos, Bruna destaca que a Universidade Portuguesa é ótima e tem uma grande estrutura. A amizade desenvolvida com Clarice durante o intercâmbio também deixou tudo melhor. “Tivemos a experiência de trabalhar juntas na cantina da Universidade por alguns meses. Foi muito legal e conhecemos pessoas que se tornaram grandes amigas. Além da UMinho, a cidade de Guimarães é incrível, pequena, mas com muita estrutura. Por ser considerada o berço de Portugal, também acaba por ser uma cidade turística.”, complementa.
Diferença da internacionalização na aprendizagem
Clarice percebeu que depois do intercâmbio as coisas ficaram mais fáceis de serem assimiladas. “Acredito que treinei bastante lá, por causa das dificuldades com a maneira diferente de ensino e quando voltei já estava mais treinada a perceber as coisas de outra”, conta.
Para Bruna, a independência foi a principal diferença que a internacionalização trouxe para a aprendizagem. Desde procurar materiais que preenchessem algumas possíveis lacunas, até aprender a trabalhar com normas técnicas diferentes.
O intercâmbio é uma oportunidade de aprender sobre algo que complementa os assuntos já vistos na PUCPR e de lidar com as diferenças, principalmente as culturais. “Essa experiência de internacionalização me fez conviver com outras culturas e conhecer outros estilos de vida. Não só dos portugueses, mas também de pessoas de outros países que estudam na UMinho”, completa.
O diferencial do curso de Engenharia Civil na PUCPR e na Universidade do Minho foi a forma como cada um se complementava. Clarice achou interessante perceber as diferenças entre as construções brasileiras e portuguesas. “Quando apresentamos nosso trabalho de hidráulica e colocamos uma caixa d’água no prédio o professor achou extremamente estranho. Isso porque lá eles contam somente com o abastecimento hidráulico que o governo disponibiliza. Além disso, o curso foi mais focado para a área que escolhi para o trabalho do mestrado”, explica.
Bruna conta que o curso de Engenharia Civil na PUCPR é completo, com aulas de administração e economia, o que desenvolve uma base muito importante e abre portas. “Agradeço muito por ter estudado na PUCPR, uma Universidade que nos permite experiências únicas como essa do intercâmbio e o incentivo de não pagar a mensalidade, nem aqui, nem na universidade parceira, é um diferencial e uma ajuda muito significativa”, destaca.
Já na Uminho, o diferencial foi escolherem uma grande área da Engenharia Civil para fazerem o último ano e a dissertação. Dessa forma elas puderam se aprofundar um pouco mais em uma área que tenham interesse.
Dissertação
Paulo Ribeiro foi o professor e orientador de ambas as estudantes. A dissertação de Clarice teve como tema “Micrologística Urbana Sustentável em Centros Históricos” e foi voltada para o impacto causado pelas emissões de poluentes a partir da implementação de centro de distribuição próximo a áreas que utilizam veículos elétricos para o abastecimento do comércio alimentício nesses locais.
A dissertação de Bruna teve como tema a “Análise Sintaxe Espacial na Modelação de Redes Cicláveis”, a escolha pela área de transportes foi feita depois de uma conversa com o professor sobre a vontade de desenvolver uma pesquisa sobre o assunto, tendo Curitiba como caso de estudo.
Conselho para futuros intercambistas
Como conselho para quem está pensando em fazer dupla diplomação, Clarice diz para aproveitar o máximo de conhecimento, seja acadêmico ou cultural, e não desistir quando as coisas ficarem difíceis. É necessário não se acomodar e pedir ajuda sempre que precisar. “Depois de apresentar a dissertação e ter sido aprovada, o sentimento de realização e felicidade foi imenso. Sem sombra de dúvida os esforços valeram a pena. Além disso, foi muito bom conhecer e morar em um país tranquilo e tão lindo. Apesar da moeda ser o euro, as viagens ainda assim foram algo em conta e pude conhecer mais países e vivenciar outras culturas e culinárias. Um ano e meio passa voando, então desfrute de cada instante e de todas as experiências”, detalha.
Bruna diz que quem tem a oportunidade de fazer um intercâmbio deve aproveitá-la. Usar as informações de quem já passou pelo intercâmbio para ter uma adaptação mais tranquila. Alguns momentos não são fáceis, mas no final vale a pena. “Aproveite seus dias por lá, são únicos e são lembranças que vamos guardar para sempre, a Universidade e a cidade são incríveis. Estou à disposição para ajudar no que for preciso e passar tudo o que aprendi lá”, finaliza.
A coordenadora do curso Joice Petrecca fala sobre a importância da experiência internacional para os estudantes de Engenharia Civil. “Em primeiro lugar, é a possibilidade em trabalhar na Europa e em projetos internacionais, assim o Engenheiro não restringe a sua atuação apenas ao mercado brasileiro. Em segundo lugar, a experiência proporciona autonomia e maturidade que é muito bem-vista no mercado e acaba sendo um diferencial importante na contratação, visto que esses profissionais têm maior facilidade de adaptação. A experiência internacional aumenta a bagagem cultural, desenvolve habilidades pessoais e profissionais e ajuda a criar um networking”, detalha.
A internacionalização é uma das prioridades institucionais da PUCPR, por isso, a Instituição conta com vários acordos de dupla diplomação de graduação com instituições de renome em diversos países: Itália, Portugal, Espanha e França.