Estudantes usam decoração de Natal para aprender automação
Remotamente, acadêmicos trabalharam sobre uma pequena decoração natalina que demandou diferentes habilidades técnicas
Quando chega o final do ano, pode ser difícil se manter animado para desenvolver projetos, ter ideias e aprender coisas novas. Mas e se esse processo todo for divertido? Ajuda, não é mesmo? Foi mais ou menos isso que o professor Ricardo Diogo, da Escola Politécnica da PUCPR, pensou.
Ele leciona nos cursos de Engenharia de Controle e Automação e Mecatrônica e desde o início do semestre tinha montado uma miniestrutura na própria casa, com o apoio da Universidade, para que os estudantes pudessem continuar realizando atividades práticas durante ensino remoto. Como o sistema tinha muitos leds, ele propôs aos acadêmicos usar as pequenas lâmpadas como luzes de Natal. “Falei que eu garantiria a decoração e eles teriam que desenvolver uma automação a partir daquilo”, explica o professor. E os universitários toparam. Agora ele se chama “Projeto Natal”.
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Em um projeto aparentemente simples, eles precisam colocar em prática seus conhecimentos para fazer as luzes funcionarem e fazer os bonequinhos colados nos controladores e o Papai Noel se movimentarem, acionando conhecimentos de pelo menos três: eletrônica, pneumática e programação de automação. “Os leds, por exemplo, têm três cores diferentes: vermelho, azul e verde, e elas acendem de forma diferente de acordo com a programação que os estudantes fazem”, explica Ricardo. “Um dos grupos, por exemplo, deixou as luzes roxas, misturando as cores”.
Desenvolvendo habilidades técnicas e comportamentais
Além das habilidades técnicas, os acadêmicos desenvolveram skills comportamentais, fundamentais para a carreira, como o trabalho em equipe e a capacidade de negociação e comunicação. “Eles precisavam decidir dentro do grupo, em conjunto, como movimentar os bonequinhos e negociar com os outros grupos para decidir como o Papai Noel seria programado e se movimentaria no sistema”, observa o professor.
A atividade acontece dentro de uma metodologia ativa, na qual o professor dá os insumos e direcionamentos para que os estudantes busquem e construam soluções para questões práticas. Nessa época do ano, em que muitas decorações natalinas são feitas em casas e locais públicos, a atividade consegue aproximar, o conhecimento teórico e técnico dos universitários à vida prática.
Ricardo explica que apesar de ter sido “temático” e investir no lado lúdico, o projeto serve também para trabalhar conhecimentos importantes para o mercado de trabalho, no caso de estudantes dessas áreas da engenharia: “na indústria, muitas vezes a gente tem que montar as sequências e comandos que a máquina precisa fazer”, comenta. Ou seja: foi uma oportunidade de aprender de uma forma mais divertida, mas que vai ser útil no futuro e na carreira.
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