Ir. Clemente Ivo Juliatto recebe homenagem in memorian da Camerata Antiqua de Curitiba
Apresentação do Requiem de Johann Michael Haydn terá regência de Tobias Volkmann
A Camerata Antiqua de Curitiba realizará uma apresentação do Requiem de Johann Michael Haydn, com a regência de Tobias Volkmann (RJ), in memorian do Irmão Clemente Ivo Juliatto (1940-2022), Reitor Emérito da PUCPR.
Irmão Clemente, educador Marista, foi dono de uma inteligência privilegiada a serviço da gestão e da missão. Em sua formação inicial Marista, destacou-se como professor de matemática em Franca e como diretor e administrador em Londrina, onde foi convidado pelo Ir. Dario Bortolini, no final do ano de 1974, para integrar a Reitoria da Universidade Católica do Paraná.
Permaneceu na PUCPR até o final de seu Reitorado em 2013. Além disso, foi um marista totalmente dedicado à educação integral de seus estudantes, muito elogiado pelos seus conhecimentos e sua didática em sala de aula. Como Conselheiro Provincial, atuou com visão de futuro, delicadeza na reflexão e equilíbrio nas decisões.
Em seus estudos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, em universidades americanas e europeias, conseguiu aprovação com louvor. E, até mesmo na grave enfermidade que quase o abateu, nos anos de 1990, saiu-se muito bem graças a sua paciência, tenacidade e fé.
Dirigente da Mantenedora SPC, foi um articulador, um apoio e um líder, formando e incentivando o time dos colaboradores e colhendo os frutos de uma administração renovadora.
Chamado como conferencista em congressos de educação no Brasil e no exterior, sempre obteve êxito, assim como quando foi eleito para a diretoria de associações nacionais e internacionais. Durante 16 anos como Reitor da PUCPR, dando continuidade aos seus dois antecessores Osvaldo Arns e Euro Brandão, colocou a Universidade em destaque no cenário educacional. Ir. Clemente foi prudente, determinado, líder e inovador.
Composições apresentadas
Requiem em Dó menor, MH 155 de Johann Michael Haydn
Johann Michael Haydn escreveu o Réquiem em Dó menor, MH 155, para o funeral do patrono das artes musicais, Conde Arcebispo Sigismund von Schrattenbach, que morreu em dezembro de 1771, em Salzburgo. A obra se tornou conhecida como a Missa pro defuncto Archiepiscopo Sigismundo. O trabalho do compositor foi concluído na véspera de ano novo em 1771, apenas duas semanas após a morte do Arcebispo.
No início daquele ano, sua filha Aloisia Josefa morreu. Os historiadores acreditam que “seu próprio luto pessoal” motivou a composição. O Requiem de Michael Haydn se tornou um modelo importante para Mozart. Tanto Leopold quanto seu filho, Wolfgang Amadeus Mozart, estiveram presentes nas três primeiras apresentações do Requiem de Haydn em janeiro de 1772, e Mozart foi influenciado na escrita de seu próprio Requiem em Ré menor, K. 626.
Na observação de alguns movimentos de ambas as obras, a própria abertura é semelhante em concepção e humor. O final da introdução de Mozart parece muito com as partes do Kyrie Eleison de Haydn e, da mesma forma, há semelhanças de tonalidade na abertura das respectivas seções do Dies Irae, e talvez a mais impressionante semelhança entre essas obras seja a abertura de Domine Jesu Christe.
Mozart morreu antes de completar seu Requiem. A versão que hoje conhecemos foi “concluída” através do trabalho de vários compositores e alunos menores de Mozart, a pedido da viúva de Mozart, Constanze. No entanto, as seções do Requiem de Mozart citadas acima, a título de comparação, foram totalmente finalizadas (o Introit) ou esboçadas (os Dies Irae e Domine Jesu Christi) por Mozart.
Há, portanto, evidência forte da influência direta do trabalho de Haydn em Mozart. Pode-se encontrar mais congruências nos dois trabalhos, inclusive nas partes do Requiem de Mozart escritas total ou parcialmente por esses alunos e associados. É fascinante considerar o quanto esses compositores foram influenciados pelo Requiem de Michael Haydn, ao preencher as lacunas deixadas por Mozart.
Music for the Funeral of Queen Mary (excertos) de Henry Purcell
A rainha Mary foi uma das monarcas mais queridas da Inglaterra e sua morte, logo após o Natal de 1694, mergulhou a nação em genuína tristeza. O corpo da rainha ficou em observação pública até seu funeral em março. Henry Purcell, portanto, teve tempo de compor especialmente a Music for the Funeral of Queen Mary, que foi executada na cerimônia.
Na obra os movimentos da Marcha e a Canzona são escritos para trompetes, trombones e tambores. Porém, o tímpano passou a ser incluído em performances modernas, desde que o maestro e musicólogo britânico Robert Thurston Dart (Londres, 1921-1971) fez uma reconstrução na década de 1950. As três peças intermediárias Man that is born of women; In the midst of life e Thou knowest.Lord, são para coro e órgão. Em novembro de 1695, a obra foi executada novamente, no próprio funeral de Purcell.
Adagio para cordas de Samuel Barber
O compositor norte-americano Samuel Barber é sobretudo conhecido como autor do Adagio para cordas, e sua popularidade muito se deve ao uso da obra em filmes e séries de televisão.
Originalmente, o Adagio foi escrito para quarteto de cordas, em 1936, e só depois seria transcrito para orquestra de cordas, a pedido do maestro Arturo Toscanini. Sua melodia é “técnicamente simples”, porém longa e altamente expresiva, o que leva o ouvinte a uma audição comovente do início até o fim.
Apresentações
As apresentações serão feitas pelos solistas convidados:
Soprano – Kalinka Damiani;
Mezzosoprano – Carolina Faria;
Tenor – Guilherme Moreira;
Barítono – Norbert Steidl.
Datas
28/10 às 18h – Passagem de som no Santuário e curto ensaio para ambientação;
28/10 às 19h30 – Santuário Nossa Senhora de Guadalupe (transmissão ao vivo);
29 de outubro, 18h30 – Capela Santa Maria Espaço Cultural.