Câmpus Toledo

Câmpus Toledo - 19 abr 2022

Mãe e filha graduam-se em Direito, no Câmpus Toledo da PUCPR

Conheça a história de Cristiane e Cleudes Waskiewicz

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A estudante do curso de Direito, Cristiane Waskiewicz, formou-se no Câmpus Toledo junto com a sua mãe, Cleudes Tonial Waskiewicz. Quando terminou o ensino médio, Cristiane precisava de uma pessoa que a acompanhasse durante a graduação para auxiliá-la. Como não havia um profissional disponível, sua mãe, que estava no processo de aposentadoria da carreira de professora em uma escola pública, se dispôs a acompanhá-la na Universidade.  

Para Cristiane, estudar com a mãe foi uma experiência diferente e marcante. “Por ser uma adolescente no início da graduação, me senti um pouco privada de liberdade para conversar sobre diferentes assuntos, fazer amigos ou participar dos eventos, mas com o passar do tempo essa experiência tornou-se interessante”.  

A maturidade de Cleudes e suas experiências de vida compartilhadas no ambiente universitário fizeram com que Cristiane percebesse a fase universitária de maneira mais segura e responsável. “É uma época legal e produtiva. Sem dúvida, não teria essa percepção apenas com a minha visão de uma menina de 17 anos”, comenta.  

Desafios  

Entre os desafios, a demora além do comum no processo de aposentadoria de Cleudes fez com que Cristiane frequentasse uma semana da graduação sem auxílio, apesar de precisar muito e também perdeu alguns dias letivos até que sua mãe estivesse liberada do seu turno de trabalho pela manhã.  

Além deste desafio, a estudante conta que o transporte público não tem acessibilidade. Por isso, diariamente elas precisavam fazer o trajeto sozinhas de carro, da cidade de Palotina (onde moram) para Toledo. “Uma pessoa com deficiência que não tem acesso as ferramentas que incluem, percebe o quão deficiente é a sociedade”, pontua.   

A necessidade de conciliar os estudos com o tratamento fez com que estudar a noite fosse algo completamente inviável. A rotina de muitas horas semanais de tratamento e as demandas de uma graduação também era algo puxado.  

“Nós duas fazíamos parte de grupos considerados minoritários, pelo menos em uma Universidade. Eu, uma pessoa com deficiência, e ela com uma idade não muito comum entre os demais colegas, por isso, o período de entrosamento era um grande desafio. Nunca tinha ouvido algo a respeito de uma pessoa como eu, que tivesse Ensino Superior completo. Definitivamente, eu não sabia o que esperar dessa fase”.  

Experiência durante o curso de Direito  

Apesar de nenhuma das duas terem intenção de atuar profissionalmente na área do direito, Cristiane conta que é um curso com muitas informações e experiências que contribuem para o desenvolvimento pessoal.  

“A consciência e o conhecimento sobre a realidade jurídica, política e social em que estamos inseridas, bem como dos nossos deveres e direitos enquanto cidadãos em convívio como os semelhantes, nos faz pensar e agir com um senso crítico muito mais apurado na vida pessoal”.  

Para ela e Cleudes, a experiência durante o curso foi muito valiosa, todos foram muito cordiais. “Além de excelentes professores e funcionários prestativos, encerramos a nossa primeira graduação com bons amigos.”   

Conclusão do curso 

Cristiane relembra que quando mais nova, achava que os cursos superiores não eram feitos para pessoas com deficiência, assim como sua mãe não planejava concluir uma segunda graduação aos quase 60 anos de idade.  

Para ambas, a conclusão desta etapa foi uma grande surpresa, “trata-se de uma grande recompensa para o esforço de uma vida toda, para confirmação de que a resiliência, perseverança são os melhores caminhos para alcançarmos o lugar que almejamos, mas acima de todas as coisas, trata-se de uma das mais bonitas formas pelas quais Deus demonstrou seu amor estando ao nosso lado e nos transformando como seres humanos”, diz. 

Escolha do curso de Psicologia  

O curso de Psicologia sempre foi a vocação de Cristiane. Porém, quando terminou o ensino médio, o curso não era ofertado no turno da manhã no Câmpus da PUCPR Toledo. Somente após três anos de seu ingresso na Universidade que foi disponibilizado. Por isso, ela escolheu o curso de Direito por ser algo mais próximo da sua vocação. 

Cristiane sempre desejou cursar Psicologia, ela descreve como a profissão que faz seus olhos brilharem. “Com o passar do tempo convenci-me de que não há uma só coisa que deixe de ser primordialmente humana para ser profissional. Espero, com o auxílio do curso de Psicologia, fazer com que outras pessoas compreendam isso. Escutar boas histórias e acolher cada pessoa de acordo com as suas particularidades sempre foi uma paixão”, explica.  

Com o curso de Psicologia da PUCPR ela espera ser uma profissional capaz de colocar em prática o conselho de Jung, precursor da psicologia analítica: “Conheça todas as teorias, domine todos as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. 

Abraçando as diferenças

A PUCPR acredita que a inclusão é parte fundamental de um ambiente educacional e corporativo de qualidade.  Conheça estudantes, professores e colaboradores da PUCPR que contribuem para a construção desse ambiente, na nova websérie “Abraçando Diferenças”, disponível no Youtube