Qual o papel das universidades nos ecossistemas de inovação?
Troca de ideias entre instituições de ensino e o mercado é essencial para que estudantes possam se inserir no ecossistema
Ser uma instituição alinhada com as necessidades da sociedade e ter iniciativas para melhorias em prol do bem comum fazem parte da PUCPR. Entre seus pilares está fomentar o empreendedorismo e inovação, característica que também vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
A cidade de Curitiba também fez melhorias nesses setores tendo como base os ODSs, tanto que no Ranking Connected Smart Cities 2022, Curitiba foi eleita a cidade mais inteligente e conectada do Brasil. Ela também ficou em primeiro lugar na categoria empreendedorismo e em segundo em Tecnologia e Inovação.
Você sabe o que é inovação e ecossistema de inovação?
Inovação é quando desenvolvemos ou aprimoramos algo que pode ser usado de uma maneira diferente para solucionar problemas. Já ecossistema de inovação é o espaço onde essas ideias serão fomentadas, desde a sua concepção até a testagem. Em Curitiba temos o Vale do Pinhão, que assim como o Vale do Silício, na Califórnia, concentra iniciativas de empreendedorismo, economia criativa e tecnologia, que trazem desenvolvimento econômico e consequentemente melhoram a vida da população.
Como começou o Vale do Pinhão?
A Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e Alumni da PUCPR, do curso de Publicidade e Propaganda, Cris Alessi, conta que a capital paranaense tem a inovação em seu DNA. Porém, durante um tempo a cidade ficou parada na questão de avanços tecnológicos e de ambiente econômico para as empresas de tecnologia. “As empresas de tecnologia da cidade também eram importantes em décadas passadas. No entanto, elas estavam sozinhas nesse ambiente promissor no qual o mundo avançava e nós não”.
Por isso, em 2017 fizeram uma análise para verificar o que Curitiba precisava para também ser um polo de inovação. Uma das ações propostas era aproximar a cidade das empresas e das universidades para que todas tivessem uma troca constante de informações.
Cris diz que além do ambiente, um bom ecossistema de inovação é composto de:
Reurbanização: é preciso transformar o ambiente urbano apresentando a visão de novas economias, mobilidade, empresas e sustentabilidade.
Legislação e incentivos fiscais: ter leis que apoiem o desenvolvimento da inovação (seja em empresas públicas ou privadas) para que ela aconteça.
Educação empreendedora e digital: o empreendedorismo é pensado como uma habilidade. A capacidade de criar soluções que resolvam os problemas do mercado. Mostrar para as pessoas como os ambientes do Vale do Pinhão podem ser utilizados.
Tecnologia: adotar tecnologias e suas ferramentas para testá-las e assim colaborar com o aprimoramento. Lembrar que elas são parte dos meios para transformar a sociedade.
Para ter uma visão mais ampla do projeto, alguns pontos de contato foram reavaliados:
– Empresas públicas e privadas;
– Instituições de ensino;
– Cidadãos;
– Ambiente que proporcione inovação.
Papel da universidade no ecossistema
Para Cris, o papel da universidade para alavancar e fortalecer o ecossistema de inovação é apresentá-lo aos estudantes. “Ter uma instituição atuante, que participa das ações e planejamentos, faz a integração entre o seu público e as necessidades da cidade, das empresas e do mercado em geral, é uma característica importante. Todas as áreas estão se transformando por causa da tecnologia, da mudança cultural que a sociedade está passando e pela velocidade que isso acontece. Se ainda durante a universidade nós conseguirmos conectar essas mentes na prática, teremos a transformação desejada”, detalha.
Ela conta que um esforço em comum é levar o conhecimento, que está sendo criado dentro da universidade, para além dos seus muros. Ao mesmo tempo, querem que o tempo dedicado ao conhecimento seja em algo que possa ser aplicado futuramente.
A troca de ideias entre as instituições de ensino e o mercado são essenciais para que os estudantes entendam como está a sua área de atuação, quais mudanças estão acontecendo e principais tendências.
Entre as iniciativas de inovação da Universidade temos a Hotmilk, ecossistema que atua em todo o processo de desenvolvimento para criação de ideias e soluções, que também conecta startups de todo o País; o SPInE (Space of Polytechnic Innovation & Entrepreneurship), que é o núcleo de empreendedorismo e inovação da Escola Politécnica da PUCPR; e o Hub de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade, da Escola de Negócios da PUCPR.
A universidade também está com inscrições abertas para cursos de Pós-Graduação direcionados para a área de inovação. Selecionamos alguns deles:
Design Educacional: Criatividade, Inovação e Tecnologias
Administração de Negócios e Gestão da Inovação Empresarial – Pós Flex
Para acompanhar as atividades realizadas pela Agência Curitiba, basta estar atento a programação da agenda de eventos e cursos, verificar as redes do Vale do Pinhão, participar de hackathons e iniciativas similares. Além disso, para estar por dentro das tendências é possível acompanhar os relatórios emitidos por essas instituições e temas debatidos no Brasil e no mundo. Uma coisa é certa, a área de tecnologia está em constante crescimento e em busca de profissionais qualificados.
Você pode ouvir mais sobre o “papel das universidades no Vale do Pinhão” no episódio #4 do Beachhead, podcast de empreendedorismo da PUCPR, que traz empreendedores e gestores que estão ou já estiveram na Universidade para compartilharem suas trajetórias e debaterem sobre inovação, empreendedorismo e gestão de negócios.