Saiba quais as opções para higienizar alimentos e embalagens
Limpar corretamente os produtos é importante para evitar a contaminação pelo novo coronavírus
Com a pandemia de coronavírus, os cuidados com a higiene pessoal e da casa foram reforçados. Porém, no momento de comprar produtos essenciais, os diferentes tipos de embalagens podem gerar dúvidas sobre a necessidade e a forma correta de higienização.
De acordo com a professora Renata Ernlund Freitas de Macedo, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA) e do curso de Medicina Veterinária da PUCPR, limpar as compras é importante. “Ainda não houve comprovação de contaminação pela ingestão de alimentos que carreguem o vírus. Mas, o que já se sabe é que a transmissão pode ocorrer pelo contato. Por exemplo, se você vai ao mercado, pega em algum alimento contaminado, e depois toca os olhos, nariz ou boca. Por isso a higienização durante e depois das compras é tão importante”, conta.
Opções para higienizar alimentos
A professora dá algumas dicas para fazer a limpeza correta de cada tipo de compra: no caso de mantimentos que venham em alguma embalagem, o recomendado é lavá-los com água e sabão. Alimentos que têm casca, devem ter a casca lavada e depois retirada para consumo. Frutas como a banana, por exemplo, podem ter a casca desinfetada com um papel toalha embebido em álcool 70% e depois serem descascadas para consumo.
Já os alimentos que são ingeridos integralmente, a professora ainda indica que, além de lavados, eles sejam colocados de molho em uma solução com água sanitária. “A medida é 1 para 1, ou seja, uma colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água. Deixa o alimento de molho por 15 a 30 minutos e depois enxágua com água corrente, para tirar todo o resíduo do desinfetante”, explica.
Limpeza de embalagens
Além da lavagem com água e sabão, é possível usar um pano com água sanitária diluída em água. Porém, é preciso tomar cuidado com irritações na pele ao manipular o produto.
Embalagens não-laváveis podem passar por higienização com álcool 70% na versão líquida, em um papel toalha embebido, ou em spray. “Quando usamos o álcool 70% para a desinfecção, não há necessidade de enxaguar a embalagem. Também é muito importante deixá-la secar por pelo menos 1 minuto depois de passar o produto. Esse é o tempo necessário para o álcool evaporar e conseguir quebrar a camada de gordura que protege o vírus”, salienta a professora.
Quando não há álcool 70% à disposição, podem ser usados outros tipos de desinfetantes, como os lenços umedecidos bactericidas, que tenham como princípio ativo compostos de quaternário de amônio, muito usados nos processos de higienização na indústria alimentícia. A água oxigenada 0,5% também é eficiente para a higienização de embalagens não-laváveis. “Em pesquisas com outros tipos de vírus da mesma família do novo coronavírus estes produtos se mostraram eficientes como agentes desinfetantes”, comenta Renata.
E as sacolinhas do mercado?
Muitas pessoas preferem reutilizar as sacolas plásticas, e essa é uma ação válida para a preservação do meio ambiente. Nestes casos, a professora recomenda que, para não precisar higienizar cada uma das sacolinhas, os consumidores as deixem separadas por pelo menos três dias em um canto da casa onde não haja circulação de pessoas. “O vírus sobrevive em superfícies plásticas por aproximadamente 72 horas. Depois disso, é possível manipular sem riscos de contaminação”.
Cuidados extras
O cuidado com as pessoas deve ser sempre prioritário. Procure sair de casa apenas para buscar itens de primeira necessidade. Quando o fizer, use máscara, se possível leve álcool em gel, lembre-se de higienizar as mãos com frequência e não encoste nos olhos, nariz ou boca, principalmente depois de tocar superfícies. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o isolamento social ainda é a melhor forma de evitar a disseminação do novo coronavírus.