Suas redes sociais de hoje podem ser seu trabalho de amanhã
Já pensou em atuar com direito digital ou segurança da informação?
Quantas vezes você já se perguntou o porquê de fazer o que você faz? Mais ainda, quando essa pergunta se voltou ao uso da internet? Já parou para pensar o motivo de usar certas redes sociais e o que te faz curtir ou compartilhar certa publicação?
A naturalidade em lidar com equipamentos eletrônicos e viver conectado é algo diretamente relacionado com a sua geração. Para quem nasceu junto ou depois da popularização dos computadores, especialmente nos anos 90, essa relação faz todo o sentido.
O problema que surge daí é: se paramos de pensar sobre como agimos no ambiente online, podemos deixar de considerar os riscos, especialmente o de exposição dentro dela. Sabe aquele termo de uso e as políticas de privacidade que devem ser aceitos toda vez que você entra em uma rede social? Deixar de lê-los pode ser o primeiro passo para correr um risco enorme.
A engenheira e professora de Direito Digital Cinthia de Almendra Freitas explica que, apesar de ser online, esse documento não deixa de se caracterizar como uma cláusula contratual para um serviço a ser prestado. E, por mais que muita gente não tenha a paciência para lê-lo, não deixarão de ser afetadas pelo o que está definido nele. “Muitas vezes as pessoas não conseguem perceber o volume de dados que ela fornece à essas redes, aplicativos ou softwares que você usa na internet. Você vai fazer uma compra em um site ou em uma plataforma de e-commerce, e coloca uma quantidade enorme de dados que são trabalhados”.
Para ela, é importante conhecer as regras do “jogo” para se prevenir de qualquer situação constrangedora ou prejudicial que possa acontecer dentro das plataformas. Além disso, diferenciar o que você realmente quer que seja exposto do que deve ser preservado, ponderando cada publicação ou compartilhamento feito.
“Existem informações que não precisam ou não devam estar na internet porque pode se ter problemas. As pessoas podem se utilizar delas, podem usá-las para chantagear outras pessoas, podem promover sofrer bullying virtual ou uma porn revange”, explica a professora.
No nosso país, a Legislação tem duas leis que se propõem a nos proteger no ambiente virtual: O Marco Civil da Internet e a Lei de Proteção ao Acesso de Dados, também identificadas como as leis N° 12.965/14 e Nº 13.709, respectivamente.
Dá para trabalhar na área?
Toda essa realidade trazida pelo uso -ou mal-uso, nesse caso- da internet abre espaço para a atuação de profissionais que, assim como a professora Cinthia, atuam no campo digital. Assim como o futuro, os problemas trazidos por ele também serão digitais.
“Hoje você não conhece ninguém que vá para o mercado sem ter cursado, por exemplo, direito eletrônico -uma das disciplinas que temos aqui no curso- fraudes e crimes por computador, direito penal e direito civil também são afetados pela tecnologia”, conclui a professora.
Você já pensou em fazer direito, mas não sabe como pode atuar na área? Que tal pesquisar temas como contrato digital, investigação de redes criminosas que fazem uso da tecnologia e relações internacionais feitas pelo computador? Boa sorte na escolha!