O primeiro segmento é formado por dois anjos em comunicação com a Terra, um par de homens dedicados ao transporte dos papiros e à escrita, assim como as duas tábuas com os Dez Mandamentos.
No segundo, o peregrino preparando a argila para a escrita, o pergaminho e a xilogravura. Ao centro a figura de Gutenberg e sua Bíblia de 42 linhas, seguido pela figura do jornaleiro anunciando “O Dia” curitibano, pela transmissão da informação, o arauto, o correio e a pregação.
O terceiro segmento ilustra a litografia e a impressão de cartazes na virada do século XIX para o XX, juntamente com a formação das bibliotecas, a comunicação da leitura e escrita por meio do Braile. O vitral apresenta também, como meios de comunicação, a música e o rádio.
No quarto, a descoberta e o design de objetos transformadores da sociedade como a fotografia e o telefone ganham formas. Poty, enaltece Curitiba ao final do vitral ilustrando a figura do colono, carroças e cavalos no bebedouro frente à igreja de São Francisco da Ordem Terceira, além da tradicional revoada de pássaros sobre os pinheirais.
Napoleon Potyguara Lazzarotto é uma presença significativa na PUCPR. Por meio de diferentes linguagens artísticas conjugou a história, a identidade, a cultura e as vivências universitárias. Em diferentes localidades do Paraná, as obras e monumentos criados Poty são um sopro de criatividade e beleza aos simbolismos, à identidade e à memória do Estado. Somam ao legado do curitibano, os painéis Casa do Brasil em Paris, 1950, e o painel para o Memorial da América Latina em São Paulo, 1988. Formado em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes (RJ) em 1942, foi aluno de Carlos Oswaldo no Ateliê de Gravura do Liceu de Artes e Ofícios e bolsista em Paris no período de 1946 a 1947. Nos anos de 1950, junto com Flávio Motta, organizou o primeiro curso de gravura do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Posteriormente, delineou os cursos de gravura em Curitiba, Recife e Salvador. Com intensa produção gráfica, Poty foi ilustrador nos jornais “A Manhã” e “Última Hora”, além de obras literárias de Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Dalton Trevisan, Jorge Amado entre outros.
Do traçado a sua execução, Adoaldo Renato Lenzi é um artista completo. Presente em diversos pontos de Curitiba, as obras assinadas pelo artista tomam forma principalmente por meio dos vitrais e murais. Chegou à capital paranaense aos doze anos e posterior começou a trabalhar no ateliê de João Gehner, seu mestre nas técnicas de mosaico, vitral e cerâmica. Nos anos 1960, trabalhou com Franco Giglio, auxiliando-o na confecção do mosaico do Cemitério Municipal de Curitiba. Aluno do Colégio Estadual do Paraná, foi para o exército no Rio de Janeiro e após restaurar um mosaico do quartel, teve a oportunidade de frequentar o curso de mosaicos da Escola Nacional de Belas Artes. Em 1980, produziu o vitral em homenagem ao Papa João Paulo II, na Igreja de Santo Estanislau, em decorrência da visita do Pontífice em Curitiba. Em 1988, Lenzi e Osmar Horstmann foram responsáveis pelo vitral da América Latina na Basílica de Caacupê, Paraguai. Desde 1971, mantém o Studio de Arte A. Lenzi. Ao longo da sua trajetória executou diversos murais de Juarez Machado e Poty Lazzarotto. Na PUCPR, foi o executor do mural em azulejo Natureza Típica, de Ida Hannemann de Campos e os vitrais de Abrão Assad e Poty Lazzarotto.