Executado por Adoaldo Lenzi em 1993 e inaugurado em 1994, o mural presente na Biblioteca Central da PUCPR é formado por 390 azulejos que remetem a simbolismos paranistas como a gralha azul e o pinhão, sendo 10 linhas de azulejos na posição vertical e 39 na posição horizontal. No centro, o sol formado por pinhas cortadas ao meio, ilustram a ligação panteísta entre Deus e a natureza, as nuvens e o orvalho representam a germinação e o crescimento. A presença da gralha azul é enfatizada como parte dos simbolismos construídos para a identidade do Paraná. Esta ainda remete a gralha azul como responsável pela proliferação dos pinheirais de Araucária.
Do traçado a sua execução, Adoaldo Renato Lenzi é um artista completo. Presente em diversos pontos de Curitiba, as obras assinadas pelo artista tomam forma principalmente por meio dos vitrais e murais. Chegou à capital paranaense aos doze anos e posterior começou a trabalhar no ateliê de João Gehner, seu mestre nas técnicas de mosaico, vitral e cerâmica. Nos anos 1960, trabalhou com Franco Giglio, auxiliando-o na confecção do mosaico do Cemitério Municipal de Curitiba. Aluno do Colégio Estadual do Paraná, foi para o exército no Rio de Janeiro e após restaurar um mosaico do quartel, teve a oportunidade de frequentar o curso de mosaicos da Escola Nacional de Belas Artes. Em 1980, produziu o vitral em homenagem ao Papa João Paulo II, na Igreja de Santo Estanislau, em decorrência da visita do Pontífice em Curitiba. Em 1988, Lenzi e Osmar Horstmann foram responsáveis pelo vitral da América Latina na Basílica de Caacupê, Paraguai. Desde 1971, mantém o Studio de Arte A. Lenzi. Ao longo da sua trajetória executou diversos murais de Juarez Machado e Poty Lazzarotto. Na PUCPR, foi o executor do mural em azulejo Natureza Típica, de Ida Hannemann de Campos e os vitrais de Abrão Assad e Poty Lazzarotto.
Nascida em Curitiba, no ano marco para a Arte Moderna Brasileira,1922, Emília Ida Hannemann de Campos, no início dos anos quarenta por sugestão de Theodoro De Bona frequentou o Ateliê de Guido Viaro. Premiada por cinco vezes no Salão Paranaense de Belas Artes participou de dezesseis edições do referido concurso. Em mais de setenta anos de produção artística ampliou o conhecimento em escultura com Francisco Stockinger e gravura com Fernando Calderari. Inspirou-se nas lendas populares, na literatura e em temas paranistas, para delinear muitas das suas obras. Na PUCPR, expôs em mostras individuais e coletivas, nas pinceladas eternizou o Hospital Nossa Senhora da Luz, Marcelino Champagnat, São Francisco de Assis, paisagens paranaenses e pelas formas geométricas concebeu a obra “Composição de Flores Amarelas”.