Sergius Erdeyi começa no Paleolítico por meio da arte rupestre com figuras humanas e de animais, representa a caça e o domínio do fogo. Passa pela agricultura, descoberta da roda, das armas e carros de guerra, pelos Caldeus e Fenícios, e criação do hieróglifo, bem como pela construção das pirâmides do Egito, culminando com a figura do Faraó.
No segundo, aborda a caminhada entre a escrita cuneiforme e a construção da pirâmide Guzerat até templos gregos de ordem dórica, jônica e coríntia, passando pela fundação de Roma, representada pela Loba, Rômulo e Remo. Ao final ilustra a construção do Império por meio de aquedutos, arcos e a criação do senado.
O terceiro segmento ilustra o período da Idade da Média com representações de aspectos artísticos, culturais e políticos como a música, monges copistas, os cavaleiros e as Cruzadas, além das catedrais e seus vitrais.
A segunda parte do vitral remete às grandes navegações e a chegada à América, com destaque aos elementos iconográficos dos olmecas, maias e astecas: o calendário, as pirâmides e a serpente emplumada.
A quarta e última parte do vitral remete ao período do Renascimento à conquista espacial. Começa com a figura de Gutenberg e Leonardo Da Vinci, seguido por Michelangelo Buonarroti e a Basílica de São Pedro, a física de Isaac Newton e a música de Johann Sebastian Bach. Depois a máquina a vapor e a Revolução Industrial, os experimentos genéticos de Gregor Mendel, o pêndulo de Foucault e a bioquímica de Louis Pasteur. Ao centro do vitral a figura de Marcelino Champagnat, seguido pelos avanços científicos e tecnológicos que marcaram a humanidade como: a invenção da lâmpada por Thomas Edson, do motor de Nicolaus Otto e o Ford T, a telegrafia de Guglielmo e o 14 Bis de Santos Dumond, culminando com Albert Einstein e os estudos sobre a relatividade.
Por fim, a explosão atômica de Hiroshima, a chegada do Astronauta Neil Armstrong à Lua em 1969 e a figura de Madre Tereza de Calcutá. Finalmente, alerta sobre o perigo atômico e evoca o princípio místico de Teilhard de Chardin, constituído pelo trinômio arte, ciência e fé, por meio da espiral da perfeição.
Nas palavras de Clemente Ivo Julliatto “Sergius Erdelyi conseguiu realizar, em sua pessoa, uma síntese do que há de melhor neste mundo: o trabalho, a arte, a bondade e a vida”. Austríaco, nascido na Iugoslávia, formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade de Zagreb, em 1946, ano em que patenteou o aquecedor domiciliar a base de óleo mineral cru, período em que se dedicou aos estudos no campo da arte. Em 1953 imigrou para São Paulo, onde iniciou empreendimentos como Erdelyi Equipamentos Industriais e Erdelyi Fabricadora. Na década de 1970, passa a residir em Tijucas do Sul onde fundou a Panagro Empreendimentos Florestais Ltda., a Instituição Filantrópica Sergius Erdelyi e o Museu de Arte Sergius Erdelyi. Sua obra passa pelo abstracionismo no período de 1962 a 1975, e pela cibernética sob influência mística a partir de 1981 por meio de iluminuras em vidro e mosaicos transparentes. Participou de Salões no Brasil e em Bienais de São Paulo e exposições individuais em Viena, Nova Iorque, Rio de Janeiro dentre outras cidades brasileiras. Suas obras estão presentes nos acervos de museus e colecionadores no Brasil, Áustria Alemanha e Estados Unidos. Em 1987, lança a obra “No princípio era o verbo: o evangelho segundo os vitrais”. Intitulado “semeador de araucárias” pelo artista e curador Ivens Fontoura, Erdelyi recebeu em 1999 o título de Cidadão Honorário de Tijucas do Sul e Doutor Honoris Causa pela PUCPR em 2009.